METRÔ DO RECIFE

Menina atingida por muro do Metrô do Recife passa por nova cirurgia

A garota precisou passar pela intervenção no quadril após os exames detectarem uma luxação no fêmur

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Julianna Valença, JC

Publicado em 23/12/2021 às 14:00 | Atualizado em 23/12/2021 às 18:37
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A pequena Kemilly Kethelyn Lino, 8 anos, atingida por parte do muro do Metrô do Recife, passou uma nova cirurgia nessa quarta-feira (22) no Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, área central do Recife. A garota precisou ser submetida a intervenção no quadril após exames detectarem uma subluxação no quadril e uma lesão no fêmur.

A garota havia passado por cirurgia na região da bacia, onde teve mais traumas, e permaneceu internada na unidade de saúde por quase dois meses até o dia 5 de dezembro, quando recebeu alta. Segundo a assessoria do HR, a volta de Kemilly Kethelyn era prevista para a continuação do tratamento, mas diante das questões encontradas ela permaneceu internada na enfermaria pediátrica desde o último dia 15.

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A mãe Caroline Pereira disse que foi pega de surpresa quando um dos médicos identificou uma infecção na área que já havia sido operada. "Foi preciso abrir para fazer uma limpeza na infecção e agora ela está com as duas pernas engessadas. O médico disse que é necessário para reabilitar o osso no lugar", explicou Carolina.

Ainda segundo a mãe, a previsão é que a menina receba alta nos próximos sete dias para seguir com o tratamento em casa. "Kemilly vai precisar passar cerca de seis semanas com gesso imobilizando as duas pernas. Ela está triste por não poder fazer mais nada. Ela pede para tirar, quer andar de todo jeito", conta a mãe. 

Criança é atingida por muro

No dia 16 de outubro, a menina de 8 e outras crianças participavam de uma festa em comemoração ao Dia das Crianças, na Avenida Central. No entanto, o que era alegria acabou em desespero às 13h, quando uma das placas do muro do Metrô do Recife caiu e atingiu a vítima.

Na ocasião, Jonata Santos, que coordena o projeto Mão Amiga, responsável pelo evento, informou que havia cerca de 150 crianças no local, além de 20 voluntários e familiares da garotada. "Foi muito sério o que aconteceu e poderia ter atingido mais crianças. Uma placa dessa deve pesar mais de 200 quilos. Ela teve hemorragias na boca, no nariz e na vagina porque houve rompimento da bacia", contou Jonata. 

A menina foi inicialmente levada ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), onde recebeu os primeiros atendimentos, e depois foi transferida para o HR.

Ao JC, Kemilly contou o que se lembra do momento em que foi atingida. “Eu lembro que estava chuviscando e, por isso, todo mundo foi para perto do muro. De repente, todo mundo correu. Quando eu fui correr, ela caiu em mim. Depois não lembro de mais nada”, contou. Kemilly, segundo o HR, sofreu politraumatismo. Teve fraturas no crânio, na coluna, nos pés e na pelve, onde foi feita uma cirurgia. Ficou oito dias na UTI.

Depois de quase dois meses internada, a volta para casa foi vista pela família da pequena como um milagre. “Eu estava com saudade da rua. Quero muito brincar. Quero muito andar de bicicleta, que um tio prometeu me dar. Eu sei que ainda não posso, mas quando puder, vou brincar muito. Enquanto isso, vou brincar de boneca”, disse a garota, recebida com muita festa e esperança pela família, amigos e vizinhos do Coque.

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