URBANISMO

Primeira fase das obras da orla da Praia de Piedade, no Grande Recife, atrasa e deve ser concluída em fevereiro

Atualmente, somente cerca de 500 metros dos 2 quilômetros - entre o Sesc Piedade e a Igrejinha de Piedade - tiveram calçadas e ciclovias requalificadas ou implementadas. Praia é conhecida pelos frequentes ataques de tubarão

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Katarina Moraes

Publicado em 30/01/2022 às 8:00 | Atualizado em 12/08/2022 às 10:03
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Assim como o Parque da Cidade, a primeira fase da requalificação da orla da Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, também não foi entregue no prazo previsto pelo município, que era até o final de 2021.

A revitalização é esperada por moradores locais e por comerciantes principalmente após a proibição do banho de mar, devido à frequência de ataques de tubarão na área. Atualmente, somente cerca de 500 metros dos 2 quilômetros - entre o Sesc Piedade e a Igrejinha de Piedade - tiveram calçadas e ciclovias requalificadas ou implementadas.

Mesmo onde a obra já foi concluída, o mobiliário das estações de alongamento, como bancos e equipamentos das áreas para eventos, das academias de ginástica e dos ecoparques, ainda não foi instalado, tampouco a iluminação LED.

Os 400 coqueiros previstos para mitigação de danos ainda não foram plantados. O atraso também prejudica o trânsito nas ruas transversais à orla, que abrigam equipamentos e materiais da obra.

A requalificação da orla de Piedade, principal ponto turístico da cidade, é uma demanda antiga de moradores e comerciantes locais que foi intensificada principalmente após banhistas não poderem mais entrar no mar por 2,2 quilômetros da praia, da Igrejinha até o Barramares Hotel.

A medida está em vigor desde julho de 2021, semanas após mais dois ataques de tubarão serem registrados na área que é considerada o ponto mais preocupante do Estado.

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A nova expectativa da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes é de terminar o trecho em fevereiro - DAY SANTOS/JC IMAGEM
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Mesmo onde a obra já foi concluída, o mobiliário das estações de alongamento, como bancos e equipamentos das áreas para eventos, das academias de ginástica e dos ecoparques, ainda não foi instalado - DAY SANTOS/JC IMAGEM
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PERIGO Há vários trechos da orla com buracos ou desgastados com o tempo, oferecendo riscos de acidente a quem passa pelo local - DAY SANTOS/JC IMAGEM
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A nova expectativa da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes é de terminar o trecho em fevereiro - DAY SANTOS/JC IMAGEM
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Mesmo onde a obra já foi concluída, o mobiliário das estações de alongamento, como bancos e equipamentos das áreas para eventos, das academias de ginástica e dos ecoparques, ainda não foi instalado - DAY SANTOS/JC IMAGEM

A comerciante Ana Carla Barbosa, de 33 anos, que vende espetinhos na área da Igrejinha há mais de 10 anos, cobra que o calçadão seja concluído por achar que vai “chamar a clientela”.

“Desde que cheguei aqui, o calçadão está do mesmo jeito, mas esperamos que realmente melhore com esse projeto para que chame a atenção do cliente e que venam mais famílias passear, porque já estamos prejudicados por não poder tomar banho de mar”, disse.

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Comerciante Ana Carla Barbosa, de 33 anos, que vende espetinhos na área da Igrejinha há mais de 10 anos, acredita que nova orla atrairá clientes - DAY SANTOS/JC IMAGEM

Além do fomento ao turismo, a necessidade de finalização obra é, também, uma questão de mobilidade urbana. Por exemplo, Severino Ramos de Oliveira, de 63 anos, é deficiente físico e vai todos os dias trabalhar levando a bicicleta e todo equipamento necessário para vender os drinks na praia, arriscando-se entre os veículos.

“Se tivesse pronto, seria uma benção. Atualmente não tem ciclovia e é perigoso. Ando na pista com a carrocinha vendo a hora dos carros baterem em mim”, relatou ele.

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Se tivesse pronta (a requalificação da orla), seria uma benção. Atualmente não tem ciclovia e é perigoso. Ando na pista com a carrocinha, vendo a hora dos carros baterem em mim", contou o vendedor Severino Ramos de Oliveira, que é deficiente físico - DAY SANTOS/JC IMAGEM

O secretário-executivo de Obras e Edificações de Jaboatão, Eduardo Torres, defendeu que o contrato foi assinado em 18 de maio de 2021, e que a obra acontece há apenas sete meses. “Uma obra de 2 km vai ser entregue em menos de um ano”, disse. 

“Já concluímos 100% do muro de arrimo, 100% da drenagem, mais de 50% do piso paver, do meio-fio e da calçada. Em seguida faremos o posteamento, com iluminação, e colocaremos os equipamentos. Os pisos de concreto da academia também já estão sendo feitos”, explicou o secretário.

Por nota, a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) do Jaboatão dos Guararapes negou que as obras na orla tenham sofrido atrasos e afirmaram que elas seguem dentro do cronograma estabelecido inicialmente, apesar de reportagens de diferentes veículos de Pernambuco no dia da coletiva de imprensa sobre o lançamento do projeto, em julho de 2021, apontarem o final da primeira etapa ainda em 2021 como uma informação repassada pela própria gestão.

A pasta também informou que os equipamentos da orla serão implantados ao final da execução do calçadão, a fim de evitar possíveis atos de vandalismo.

Requalificação da orla de Piedade

Só para a primeira fase da orla de Piedade, foram desembolsados R$ 6 milhões, mas toda a obra deve custar R$ 20 milhões, inteiramente distribuídos pelo governo federal por meio de emendas parlamentares.

As próximas duas etapas só serão iniciadas na medida em que a anterior for concluída. Elas contemplam o trecho da Igrejinha até a Avenida Boa Viagem, no Recife, e do Sesc até a Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho.

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