Buscas por suspeito de assassinar duas jovens na Mata Norte de Pernambuco chegam ao quinto dia
A "caçada", como a ação está sendo chamada na cidade, acontece sob o comando do 21º Batalhão da Polícia Militar do Estado. Ainda não há informações sobre o paradeiro de Edson
Com informações das repórteres Juliana Oliveira e Suelen Brainer, da TV e Rádio Jornal
O município de Glória do Goitá, na Mata Norte de Pernambuco, segue nesta sexta-feira (4) empenhado em localizar Edson Cândido Ribeiro, 35 anos, suspeito de assassinar duas jovens a facadas no começo desta semana. Com a população revoltada e amedrontada, as buscas chegam ao quinto dia em um clima tenso, com invasões às casas de familiares do homem. A "caçada", como a ação está sendo chamada na cidade, acontece sob o comando do 21º Batalhão da Polícia Militar do Estado. Ainda não há informações sobre o paradeiro de Edson.
A casa da mãe do suspeito teve o portão arrombado por populares, após circular um boato de que Edson estava escondido no local. Após ter tido a casa cercada, a mulher ameaçou as pessoas que a rodeavam com um facão. Em entrevista à TV Jornal, ela negou que esteja ajudando o filho a fugir. "Não sei [onde ele está]. Se eu soubesse, não estava amparando, passando por esse sofrimento, não. O que eu mais quero é encontrar com ele para ele se entregar à polícia", afirmou. Já a irmã de Edson teve a casa queimada.
Policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Delegacia de Polícia de Homicídios de Caruaru, da Delegacia de Polícia de Homicídios de Vitória de Santo Antão e da Gerência de Controle Operacional da Diretoria do Interior 1 (DINTER1) foram até o município da Zona da Mata auxiliar equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). O chefe da Divisão de Homicídios do Agreste, Eric Cândido, foi designado para acompanhar e investigar o caso.
O homem é o principal suspeito de ter matado Kauany Maiara Marques da Silva, 18 anos, com quem já se relacionou, e Jailma Muniz da Silva, 19 anos. Desaparecida desde sábado, Kauany teve o corpo encontrado na última terça-feira (1º) na comunidade de Capuchinho, com sinais de violência. Ainda na madrugada de segunda-feira (31), ele teria estuprado e assassinado Jailma enquanto ela levava o café da manhã para a mãe, que estava trabalhando na lavoura. O corpo foi encontrado na Zona Rural do município, às margens da rodovia PE-50, no mesmo dia.
- LINHA DO TEMPO DO CASO
- 29 de janeiro: Kauany Maiara Marques da Silva, 18 anos, desapareceu
- 31 de janeiro: Jailma Muniz da Silva, 19 anos, foi estuprada e morta. Corpo foi encontrado no mesmo dia. Começam buscas por Edson Cândido Ribeiro, 35 anos
- 1º de fevereiro: Corpo de Kauany Maiara Marques da Silva é encontrado.
Municípios vizinhos, como Pombos e Vitória, também se mobilizaram para encontrar o suspeito. Há rondas próximas ao local onde os corpos das vítimas foram encontrados, no Sítio Cueiras e na Comunidade de Capuchinhos. Pela cidade, a informação que se espalha é que ele teria sido visto durante à noite próximo à casa da mãe dele. Um homem o teria reconhecido, e ele fugiu. A comunidade ateou fogo na vegetação para fazer um cerco ao suspeito.
"A caçada vai começar agora. Vim de cidade vizinha para ajudar a comunidade também. Me comovi com a situação e estou aqui até o fim, para o der e vier", afirmou um agricultor que veio da cidade de Chã de Alegria ajudar nas buscas. "A gente está aqui desde de manhã, ajudando a polícia. Corremos atrás do cara o dia todinho. Estamos esperando", disse o agricultor Orlando Silva.
A foto do homem, negro, com bigode, barbicha e cabelos pretos, foi divulgada pela própria Polícia Civil de Pernambuco por meio de autorização do Juízo da Comarca de Glória de Goitá, que expediu mandado de prisão temporária contra o suspeito. Quem tiver informações a respeito do paradeiro do suspeito pode entrar em contato pelo Disque Denúncia pelo número (81) 3658-2905 ou pela Ouvidoria da SDS 0800.081.5001. O sigilo é garantido.
Repercussão
Pelo Estado, o homem tem sido chamado de "Lázaro pernambucano", em referência a Lázaro Barbosa, que durante 20 dias foi procurado pela polícia do Distrito Federal por suspeita de cometer cachina contra quatro pessoas da mesma família, em Ceilândia. Durante as buscas, o homem invadiu ao menos 11 fazendas, baleou moradores, dois policiais militares e um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB). De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais disseram ter atirado 125 vezes durante a ação para prender o "serial killer de Brasília", como ficou conhecido.