Operação da Polícia Civil: suspeitos de furtar e vender óleo diesel são presos no Grande Recife
Organização criminosa atuava nos municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho
Atualizada às 14h15
Com o objetivo de identificar os membros e desarticular uma organização criminosa voltada à prática de crimes contra a ordem econômica, furto, receptação e crime ambiental, a Polícia Civil de Pernambuco realizou na manhã desta sexta-feira (11) a operação "Graxa". De acordo com a corporação, os investigados são suspeitos de furtar e vender óleo diesel de forma ilegal.
De acordo com a Polícia Civil, a organização criminosa é formada por motoristas de caminhão responsáveis pelo transporte de combustíveis das empresas fornecedoras até o posto de combustível comprador. Eles atuavam principalmente nos municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Segundo a polícia, durante o transporte, os condutores retiravam litros dos combustíveis transportados para uso próprio e para vender para terceiros, que efetuavam a revenda ilegal.
Ainda de acordo com a polícia, o combustível furtado era vendido em galões de 20 litros. Durante as investigações, foi identificado que os integrantes da organização utilizavam os termos "graxa", "fanta" e "cachaça" para se referir ao óleo diesel, gasolina e álcool, respectivamente.
Nesta sexta, foram cumpridos 25 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão domiciliar, no Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Igarassu, São Lourenço da Mata, Camaragibe, Paulista e Olinda; no Grande Recife, em Tamandaré e São José da Coroa Grande, no Litoral Sul; Macaparana, Escada e Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata. Houve ainda prisões em flagrante.
O delegado Ney Luiz, titular da Delegacia de Ipojuca, revelou que o grupo revendia os combustíveis por preços mais baixos que os postos. "Os caminhoneiros, após abastecer em Suape, paravam ali nas imediações do Porto, e com a ajuda de outros criminosos, retiravam [parte] o combustível e posteriormente revendiam. Para aumentar o lucro, eles acrescentavam água e outras substâncias. Esse tipo de crime já ocorre na região há bastante tempo, então eles têm uma expertise na retirada desse combustível de uma forma que o destinatário final não perceba", explicou.
O delegado informou ainda que é investigada a ligação do grupo criminoso com um duplo homicídio ocorrido no Cabo de Santo Agostinho, que vitimou um caminhoneiro e um ajudante. O crime pode ter sido motivado pela disputa pelo território.
Participaram da ação 120 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, além de dez auditores fiscais e 20 policiais militares. Os presos foram levados para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife. Durante a ação, foram apreendidas dezenas de bombonas com combustíveis nas residências de pelo menos sete investigados.
As investigações, que começaram em março de 2020, tiveram a assessoria da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel) e o apoio da Secretaria da Fazenda (Sefaz). A operação desta sexta é a 6ª de repressão qualificada do ano, e está vinculada à Diretoria Integrada Metropolitana (DIM).