DECISÃO

CASO TAMARINEIRA: "A maior vitória é da sociedade", diz sobrevivente sobre condenação de motorista que matou três pessoas em colisão

Miguel Arruda da Motta ficou satisfeito com a condenação de João Victor Ribeiro em 29 anos, 4 meses e 24 dias de prisão

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Filipe Farias

Publicado em 17/03/2022 às 23:56 | Atualizado em 18/03/2022 às 3:10
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Um sentimento de justiça. Foi assim que o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, sobrevivente da colisão na Tamarineira, deixou o Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Joana Bezerra, área central do Recife, após o anúncio da condenação do motorista João Victor Ribeiro a 29 anos, quatro meses e 24 dias de prisão em regime inicialmente fechado pelos crimes de triplo homicídio duplamente qualificado (perigo de vida e recurso que impossibilitou defesa das vítimas) e dupla tentativa de homicídio. 

"Eduquem seus filhos, amem, cuidem deles. Eu estou fazendo isso por Marcelinha. Estou aqui de pé para honrar a memória da minha esposa e do meu filho. Mas a maior vitória é a da sociedade. A gente hoje construiu uma jurisprudência que vocês não sabem o tamanho. Isso vai evitar que outras pessoas passem pelo que eu estou passando. Vamos sustentar a sentença, fazê-la transitar em julgado", declarou Miguel, bastante emocionado, após o término do júri.

A esposa do advogado, Maria Emília Guimarães da Motta Silveira, o filho do casal, Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, e a babá Roseane Maria de Brito Souza, que estava grávida, morreram após a batida,em novembro de 2017.Marcela Motta, filha dele, também sobreviveu à colisão, mas permanece com sequelas.

A juíza que presidiu a sessão, Fernanda Moura, falou sobre a pena imposta a João Victor Ribeiro. "Foi levado em consideração tudo o que consta no processo, as circunstâncias do fato, a pessoa do acusado e, por isso, a pena totalizou em 29 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão em regime fechado. Além disso, também acarretou no cancelamento da CNH do réu e na suspensão do gozo dos direitos políticos pelo tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade", afirmou.

A acusação sinalizou que pedirá aumento da pena. "Estamos satisfeitos com a justiça feita, porém, não estamos satisfeitos com a pena. Nós recorremos. Acreditávamos que a pena seria superior a 30 anos", disse a promotora de Justiça Eliane Gaia.

 

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