Prefeituras do Grande Recife garantem estar atentas aos problemas provocados pelas chuvas. E fazem promessas
Poder público diz que está agindo, inclusive, preventivamente. Pelo menos as cidades do Recife, Olinda e Camaragibe
O poder público em geral garante que tem agido, principalmente preventivamente, para tentar minimizar os impactos das chuvas para a população residente na Região Metropolitana do Recife. Na capital, são R$ 148 milhões investidos na Ação Inverno 2022, realizada anualmente.
A cidade de Olinda garante que investiu e investirá um pouco mais de R$ 10 milhões diretamente em ações preventivas para atenuar os efeitos das chuvas.
E em Camaragibe, cidade que mais foi impactada pelas chuvas que atingem Pernambuco desde a segunda-feira (21/3), a prefeitura tenta ajudar 601 pessoas desalojadas. No caso da comunidade Bondade de Deus, onde o deslizamento de uma barreira matou um homem de 60 anos, a gestão municipal alega que o fato de ser uma imensa ocupação irregular dificulta a presença da prefeitura e, principalmente, os investimentos permanentes em infraestrutura.
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“Estamos falando de uma ocupação irregular que vem sendo questionada na Justiça e que nos impede de intervir de forma permanente, como pavimentar os acessos, fazer a drenagem das vias, por exemplo. Tentamos transformá-la em área de interesse social, mas é difícil. São mais de 10 mil pessoas vivendo em condições complicadas e com pouca instrução. Para se ter ideia, nesses dois dias de chuvas fortes tivemos apenas três chamados a partir da comunidade para a Defesa Civil. Até o acesso aos nossos canais de comunicação é difícil para eles”, explica Anderson Neves, chefe de Gabinete da Prefeitura de Camaragibe e quem está coordenando o comitê de risco criado com as chuvas.
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RECIFE
No Recife, segundo informações da prefeitura, o investimento nas ações preventivas para o inverno teve um crescimento de 50% em relação a 2021, incluindo a micro e macrodrenagem, prevenção e monitoramento em áreas de risco e a eliminação de pontos críticos de alagamento.
As primeiras ações começaram ainda em janeiro, com a limpeza dos canais, e agora teriam ganhado reforço para o período mais chuvoso da cidade. A maior parte do orçamento - R$ 96,3 milhões - está com a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb).
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A Autarquia de Urbanização do Recife (URB) investirá R$ 10,8 milhões em macrodrenagem (revestimento de calha e urbanização nos canais) e realizará obras de contenção de encostas, com investimento de R$ 20 milhões.
Já a Defesa Civil do Recife destinará R$ 4 milhões para a aplicação da geomanta, implantará 3,2 milhões de m² de lonas plásticas (área equivalente a 800 campos de futebol), realizará 55 mil vistorias, 10 mil visitas porta a porta, retomará as ações educativas nas escolas e executará mil obras do Programa Parceria, com investimento de R$ 17,5 milhões.
Para minimizar os impactos no trânsito, a prefeitura tenta manter a rede semafórica da cidade em funcionamento. Dos 705 equipamentos, a CTTU instalou nobreaks em 189 deles. O nobreak é responsável por dar funcionamento de 4h a 6h ao semáforo em caso de falta de energia.
Resumo das ações no Recife
- R$ 148 milhões em investimento
- Mais de 3 mil profissionais participam da Ação Inverno 2022
- 9 secretarias e órgãos municipais diretamente envolvidos
(Defesa Civil, URB, Emlurb, Sepul, Guarda Municipal, Desenvolvimento Social, Saúde, Mais Vida nos Morros, Secretaria de Governo)
- 3,2 milhões de metros quadrados de lonas plásticas
- Cobertura de 15 mil pontos de risco
- Aplicação de 14 mil m2 de geomanta
- 10 mil ações porta-a-porta
- 50 mil vistorias em locais de risco
- 1000 obras do Programa Parceria
- Limpeza de 99 canais.
OLINDA
Em Olinda, a prefeitura anunciou no início do mês que o foco da gestão é o trabalho preventivo nos locais de risco para evitar acidentes; e na drenagem, para acabar com os alagamentos. Apenas para a construção de 38 muros de arrimo, a Prefeitura vai investir R$ 7,6 milhões. Essas obras já se encontram em fase de licitação.
Em relação à colocação de lonas plásticas nas barreiras, a meta é cobrir um espaço de 500 mil metros quadrados em 2022 – no ano passado foram 400 mil e até o momento são mais de 60 mil m2 cobertos.
Cinquenta locais da cidade foram elencados como prioridade pela Secretaria Executiva de Defesa Civil, além do atendimento às demandas da população. Olinda possui 122 locais de risco, entre risco baixo e muito alto.