Prédio incendiado no Centro do Recife não tinha autorização para depositar fogos de artifício
Estouro dos materiais inflamáveis provocaram pânico nos arredores da loja, que fica no Bairro de São José
A Secretaria Executiva de Controle Urbano do Recife (Secon) informou que o prédio incendiado no bairro de São José, no centro da cidade, no último sábado (21) não tinha autorização para depositar fogos de artifício. Sabia-se apenas da papelaria que funcionava no térreo do espaço.
O estouro do material inflamável provocou pânico nos arredores da Rua Padre Muniz durante o incidente, quebrando vidraças e danificando imóveis próximos, como um atacado de bolsas e carteiras que fica de frente para a loja.
"Vamos ter que trocar os portões e cinco vidraças. Não precisamos fechar, porque temos entrada pela frente. Isso nunca tinha acontecido. Na hora eu não estava, mas o pessoal contou que foi uma correria para fechar a nossa loja", contou o funcionário Edson José da Silva, de 55 anos.
Uma bomboniere que fica ao lado perdeu grande parte do estoque, acumulando um prejuízo ainda não contabilizado pelos proprietários. "A nossa não pegou fogo, mas a fuligem e a fumaça danificaram nossas mercadorias", disse Maryrosy Monteiro, de 45 anos, uma das funcionárias da loja, a mais atingida.
Funcionários do estabelecimento, que estava sob nova direção há cerca de 5 meses e ainda não tinha fechado um seguro empresarial, estavam jogando fora o que foi danificado e retirando o que sobrou na manhã desta segunda-feira (23). Um grupo de pessoas, muitas em situação de rua, se aproximavam para recolher o que ainda dava para ser consumido.
A Defesa Civil do Recife fará uma vistoria às 14h desta segunda-feira (23) após liberação do local pelos Bombeiros e pela perícia da Polícia Científica. A partir disso, serão determinadas quais intervenções deverão ser efetuadas para a liberação ou não do imóvel atingido e dos vizinhos.
Na manhã de hoje, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) rondavam a área.
Como o incêndio aconteceu?
Com informações de Juliana Oliveira, da TV Jornal
O fogo começou a se alastrar por volta das 12h do último sábado, mas ainda não se sabe como começou. A loja estava fechada e sem funcionários. Não houve vítimas, mas, como incêndio foi de grande proporção, o Corpo de Bombeiros enfatizou que o imóvel corre risco de desabamento.
De acordo com o Major Lamartine, do Corpo de Bombeiros, foram necessários mais de 20 mil litros de água para apagar as chamas do incêndio na loja. "Houve uma explosão nesse comércio que tinha fogos de artifício. Não sabemos se esse comércio estava regular, porque para vender fogos tem de ter regras de segurança e a gente percebeu que ele comercializava junto com outras coisas. É preciso checar a regularidade desse imóvel", afirmou ele à TV Jornal.