Jaboatão dos Guararapes foi a cidade com mais mortes pelas chuvas em Pernambuco
Levantamento com a localização de cada vítima foi divulgado somente nesta sexta-feira (10)
Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, foi a cidade com maior número de mortes causadas pelas chuvas em Pernambuco nas últimas semanas. Somente lá, estão 64 das vítimas. A Secretaria de Defesa Social do Estado (SDS-PE) divulgou somente nesta sexta-feira (10) o levantamento com a localização das 129 vidas perdidas desde o dia 25 de maio.
Nele, foi levado em consideração o local do deslizamento de barreira ou enchente. Logo atrás de Jaboatão, está o Recife, com 50 vítimas. Depois vem Camaragibe, que registrou 7 mortes e Olinda, com 6. Limoeiro e Paulista tiveram, cada uma, um registro.
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Conforme o estudo, das 129 vítimas, 120 (ou 93%) morreram soterradas em deslizamentos de barreiras e 9 (que representa 7%) vieram a óbito por afogamento.
As mortes ocorreram principalmente nos dias 28 (101) e 29 de maio (17), e o restante foi nos dias 25 (5), 30 (3), 31 (2), todos em maio, e uma no dia 7 de junho.
Sexo e idade
Das vítimas, 71 eram mulheres (55%) e 58 eram homens (45%). Das 129 pessoas, 63 tinham entre 31 e 65 anos; 24 estavam na faixa entre 18 e 30 anos; 24 eram crianças de 1 a 12 anos; 9 tinham mais de 65 anos; 8 eram adolescentes de 13 a 17 anos; e um era recém-nascido.
Confira a lista de vítimas por bairros
Jaboatão dos Guararapes
- Dois Carneiros: 24
- Padre Roma: 7
- Muribeca: 7
- Santo Aleixo: 6
- Curado: 6
- Cavaleiro: 4
- Zumbi do Pacheco: 2
- Engenho Velho: 2
- Sucupira: 1
- Socorro: 1
- Piedade: 1
- Loteamento 92: 1
- Comporta: 1
- Alto da Colina: 1
Recife
- Cohab: 25
- Barro: 9
- Ibura: 7
- Guabiraba: 3
- Tejipió: 1
- Dois Irmãos: 1
- Córrego do Jenipapo: 1
- Casa Amarela: 1
- Cajueiro: 1
- Alto Santa Terezinha: 1
Camaragibe
- Alto Santo Antônio: 6
- Bairro dos Estados: 1
Olinda
- Córrego do Abacaxi: 2
- Peixinhos: 2
- Santa Tereza: 1
- Águas Compridas: 1
Paulista
- Jaguaribe: 1
Limoeiro
- Zona Rural (Sítio Lagoa Vermelha): 1
Demora na divulgação do levantamento
As informações ainda não tinham sido fornecidas à imprensa desde o começo das mortes, em 25 de maio. Por nota, o secretário de Defesa Social, Humberto Freire, justificou que o panorama só pôde ser consolidado agora, dias depois, "dada a complexidade social e as fontes de informações".
"A prioridade, em um primeiro momento, foram os resgates e salvamentos com vida de mais de 2,5 mil pessoas que estavam ilhadas, as operações de defesa civil, a localização e identificação de todos os desaparecidos, devidamente periciados e entregues a suas famílias, o transporte de mantimentos e o apoio social às comunidades atingidas, o que ainda está sendo feito. Mas é preciso se debruçar e analisar essa triste realidade, para nortear com maior precisão as políticas públicas, além de subsidiar nossos planos de prevenção e contenção de desastres ambientais e climáticos", afirmou.
Segundo a pasta, o levantamento foi feito por meio da Gerência de Análise Criminal e Estatística (Gace) da SDS, com base no georreferenciamento dos bairros das cidades pernambucanas e informações coletadas junto a prefeituras, Corpo de Bombeiros, órgãos estadual e municipais de Defesa Civil, Instituto de Medicina Legal (IML) e sistema Infopol.