ANIVERSÁRIO DO RECIFE: Leia histórias curiosas da capital pernambucana
Neste 12 de março, dia em que o Recife celebra 486 anos, veja histórias curiosas da capital pernambucana
Neste 12 de março, dia em que o Recife celebra 486 anos, veja histórias curiosas da capital pernambucana.
As curiosidades foram reunidas pela repórter Cleide Alves e publicadas no JC em 2019.
Vila de pescadores originou o Recife
Fundado como um porto de pescadores, em 1537, o Recife é pioneiro na assistência social aos necessitados. Já naquela época havia uma irmandade vinculada à ermida de São Frei Pedro Gonçalves (pequena igreja construída no atual Bairro do Recife, nas imediações da Praça do Marco Zero, e não mais existente) que dava apoio às viúvas dos pescadores.
“Era uma espécie de previdência social do século 16”, comenta o arquiteto e urbanista José Luiz Mota Menezes, pesquisador da evolução urbana das cidades do Recife e de Olinda.
A irmandade, diz ele, mantinha um hospital para prestação dos serviços.
“Hospital não é o que conhecemos hoje, era uma sala onde funcionava a assistência às mulheres”, explica.
O povoado do Recife se desenvolveu em volta dessa pequena igreja dedicada ao patrono dos navegantes.
Farinha na feira que funcionava na Praça da Independência
A farinha de mandioca é um alimento tão caro à mesa pernambucana que em tempos remotos comerciantes soltavam fogos de taboca para anunciar à população a chegada do produto numa feira que funcionava na Praça da Independência, localizada no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife, no século 18.
Quando a mensagem era disparada, um WhatsApp rudimentar do passado, era correr para a feira e garantir seu saco de farinha de foguete, como o produto passou a ser identificado pela população.
“A procura por farinha sempre foi muito grande. No período holandês (século 17), inclusive, a farinha chegou a ficar mais cara que o açúcar porque a produção era escassa. Tanto que um decreto do governo obrigou os plantadores de cana-de-açúcar a destinarem uma parte do terreno ao cultivo de mandioca, para que a farinha não faltasse”, diz o pesquisador Carlos Bezerra Cavalcanti.
Forte do Quebra-Pratos
Uma das fortificações construídas no Recife ganhou da população, no século 17, o apelido de Forte do Quebra-Pratos por um motivo bastante peculiar.
Em dias festivos soldados soltavam tiros de canhão e o impacto destruía os pratos de quem morava nas redondezas.
“Era tiro artificial, sem chumbo, só fazia zoada”, diz o historiador Carlos Bezerra Cavalcanti. Quem vivia por lá já sabia que tinha de juntar os caquinhos da louça toda vez que saía uma procissão.
O Quebra-Pratos ficava no Bairro do Recife e ainda não foi localizado. “Há dúvidas se seria uma bateria do Forte de São Jorge, uma bateria no istmo que ligava o Recife a Olinda ou o Fortim do Bom Jesus que guarnecia uma das portas de entrada da cidade”, afirmam Veleda Lucena e Marcos Albuquerque, arqueólogos do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco.
Resquícios do fortim foram encontrados sobre a muralha holandesa do século 17 na Rua Barão Rodrigues Mendes.
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