Aniversário do Recife

ANIVERSÁRIO DO RECIFE: Leia histórias curiosas da capital pernambucana

Neste 12 de março, dia em que o Recife celebra 486 anos, veja histórias curiosas da capital pernambucana

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Amanda Azevedo

Publicado em 12/03/2023 às 10:56 | Atualizado em 12/03/2023 às 11:50
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Neste 12 de março, dia em que o Recife celebra 486 anos, veja histórias curiosas da capital pernambucana.

As curiosidades foram reunidas pela repórter Cleide Alves e publicadas no JC em 2019.

Vila de pescadores originou o Recife

Fundado como um porto de pescadores, em 1537, o Recife é pioneiro na assistência social aos necessitados. Já naquela época havia uma irmandade vinculada à ermida de São Frei Pedro Gonçalves (pequena igreja construída no atual Bairro do Recife, nas imediações da Praça do Marco Zero, e não mais existente) que dava apoio às viúvas dos pescadores.

REPRODUÇÃO
Mapa da segunda metade do século XVI que mostra a Vila de Olinda e o Porto do Recife, por Luís Texeira (1586) - REPRODUÇÃO

“Era uma espécie de previdência social do século 16”, comenta o arquiteto e urbanista José Luiz Mota Menezes, pesquisador da evolução urbana das cidades do Recife e de Olinda.

A irmandade, diz ele, mantinha um hospital para prestação dos serviços.

“Hospital não é o que conhecemos hoje, era uma sala onde funcionava a assistência às mulheres”, explica.

O povoado do Recife se desenvolveu em volta dessa pequena igreja dedicada ao patrono dos navegantes.

ARQUIVO NACIONAL
Santo Antônio em gravura presente no livro "Le Brésil" de Pierre-Emile Levasseur, 1899 - ARQUIVO NACIONAL

Farinha na feira que funcionava na Praça da Independência

A farinha de mandioca é um alimento tão caro à mesa pernambucana que em tempos remotos comerciantes soltavam fogos de taboca para anunciar à população a chegada do produto numa feira que funcionava na Praça da Independência, localizada no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife, no século 18.

ACERVO FUNDAJ
Praça da Independência - ACERVO FUNDAJ

Quando a mensagem era disparada, um WhatsApp rudimentar do passado, era correr para a feira e garantir seu saco de farinha de foguete, como o produto passou a ser identificado pela população.

“A procura por farinha sempre foi muito grande. No período holandês (século 17), inclusive, a farinha chegou a ficar mais cara que o açúcar porque a produção era escassa. Tanto que um decreto do governo obrigou os plantadores de cana-de-açúcar a destinarem uma parte do terreno ao cultivo de mandioca, para que a farinha não faltasse”, diz o pesquisador Carlos Bezerra Cavalcanti.

Forte do Quebra-Pratos

Uma das fortificações construídas no Recife ganhou da população, no século 17, o apelido de Forte do Quebra-Pratos por um motivo bastante peculiar.

Em dias festivos soldados soltavam tiros de canhão e o impacto destruía os pratos de quem morava nas redondezas.

“Era tiro artificial, sem chumbo, só fazia zoada”, diz o historiador Carlos Bezerra Cavalcanti. Quem vivia por lá já sabia que tinha de juntar os caquinhos da louça toda vez que saía uma procissão.

O Quebra-Pratos ficava no Bairro do Recife e ainda não foi localizado. “Há dúvidas se seria uma bateria do Forte de São Jorge, uma bateria no istmo que ligava o Recife a Olinda ou o Fortim do Bom Jesus que guarnecia uma das portas de entrada da cidade”, afirmam Veleda Lucena e Marcos Albuquerque, arqueólogos do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco.

Resquícios do fortim foram encontrados sobre a muralha holandesa do século 17 na Rua Barão Rodrigues Mendes.

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