RETORNO

Depois de apuros no Egito e em Israel, turistas pernambucanos desembarcam no Recife

No desembarque na capital pernambucana, na noite desta quinta-feira (23), turistas relataram que a dona da agência Sevagtur Receptivos desapareceu

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Filipe Farias

Publicado em 24/03/2023 às 0:01
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Com informações do repórter Waldson Balbino, da TV Jornal

Após duas semanas de tensão e incerteza no exterior, a volta para casa. Os mais de 40 turistas pernambucanos que fizeram uma viagem de peregrinação pelo Egito e Israel, e que foram abandonados pela agência contratada - Sevagtur Receptivos -, desembarcaram no Recife na noite desta quinta-feira (23), trazendo de volta o alívio não só para eles, mas também dos seus familiares.

O médico Fernando Queiroga, pai do também médico Fábio Queiroga e que estava na excursão, falou da felicidade de rever o filho. "É um alívio muito enorme reencontrar meu filho, minha nora e outras pessoas que conheço há anos, pessoas que foram minhas vizinhas", disse Dr. Fernando, que mencionou a importância de seu filho ao longo da viagem para tentar solucionar os problemas. "Ele é uma pessoa que congrega, que lidera e isso foi muito bom (para encarar a situação no Egito e em Israel). Ele acabou sendo uma referência para todo mundo do grupo, tranquilizando todo mundo", falou.

Quando comprou o pacote para conhecer os locais históricos da bíblia, do Antigo ao Novo Testamento, visitando a cidade de Belém e passando pelos últimos lugares que Jesus esteve antes da crucificação, o médico Vinícius Toscano não esperava passar pelos momentos de apuros. "Descobrimos que os pacotes para ir para Israel não tinham sido pagos quando retiveram os nossos passaportes e tivemos de ficar no Egito naquele dia, até que a empresa resolvesse a questão do pagamento do pacote", contou.

"No outro dia conseguimos deixar o Egito e atravessar para Israel, mas ficamos literalmente na rua, abandonados na calçada, esperando que o ônibus que chegaria, mas que nunca chegou porque não tinha. Quando ligamos para a empresa descobrimos que não tinha nenhum ônibus porque nada tinha sido contratado. Pegamos alguns táxis para rodoviária, ficamos uma tarde lá, mas fomos expulsos porque lá fechava às 16h. Ficamos do lado de fora, sem higiene, sem banheiro, sem comida, sem nada", relembrou médico Vinícius Toscano.

Ajuda da Obra de Maria

Os turistas pernambucanos conseguiram contornar a situação graças a ajuda da Comunidade Obra de Maria, que intermediou e resolveu o problema. "Algumas pessoas do grupo conhecia o pessoal da Obra de Maria, que negociou um pacote menor do que tínhamos pago, mas graças a ele conseguimos seguir a nossa caminhada", disse Dr. Toscano.

Aqui do Recife, o médico Fernando Queiroga acompanhava o desenrolar de todo imbróglio e também buscava ajudar o filho que estava do outro lado do mundo. "Com a facilidade da comunicação, com internet e telefone, eu acompanhava cada passo que eles davam lá do Egito e de Israel. Mas reforço aqui a importância da imprensa, que divulgou tudo isso e serviu bastante para forçar uma resolução. Saiu em todos os canais. Felizmente todos estão de volta, bem e sem problemas de saúde, até aqueles de mais idade", frisou.

Ressarcimento do prejuízo

Depois desse calvário, agora, em segurança, o que esses turistas querem é a reparação dos danos. "Vamos buscar um reparo (na justiça) para recuperar tudo que perdemos... Em termos materiais e em termos emocionais. Pagamos efetivamente e não recebemos. Vamos tomar medidas cabíveis para ter o ressarcimento do que perdemos", garantiu o médico Vinícius Toscano.

Sumiço da dona da agência de turismo

Como se não bastasse a negligência da agência de turismo, a dona da empresa, que também estava na excursão, não deu a devida assistência. E, pior, em determinado momento da viagem ela simplesmente sumiu. "A dona da empresa (Suzana Aguiar, da Sevagtur Receptivos) estava lá fisicamente, mas emocionalmente não estava. Talvez ela até tivesse tirando proveito do que a gente tinha negociado com a Obra de Maria, para ver como seria pagamento. Mas ela foi omissa em tudo, com relação a assistência aos idosos e aos doentes. No grupo tinha um cadeirante, minha esposa tem diabetes e sofremos para arranjar gelo para manter a medicação, sendo que ela (Suzana Aguiar) nos abandonou. Quando chegamos a Tel Aviv, em Israel, ela pegou um táxi e desapareceu. Não sabemos onde ela está", informou Dr. Toscano.

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