LUTO

DESABAMENTO EM OLINDA: primeiro corpo resgatado dos escombros foi sepultado neste sábado

O Corpo de Bombeiros desmobilizou as equipes de atuação no desabamento, na madrugada deste sábado, após resgate de todas as vítimas desaparecidas

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Mirella Araújo

Publicado em 29/04/2023 às 20:02 | Atualizado em 29/04/2023 às 20:31
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*Com informações da repórter Beatriz Albuquerque da TV Jornal

Primeira vítima a ser retirada dos escombros do Edifício Leme, localizado no bairro Jardim Atlântico, em Olinda, foi sepultada na tarde deste sábado (29), no Cemitério de Santo Amaro. Rodolfo Henrique, de 32 anos, morava no edifício há 15 anos, mas tinha planos para se mudar.

A esposa dele, Luane Carneiro da Silva, também estava no momento em que a unidade residencial desabou e conseguiu ser resgatada com vida pela equipe do Corpo de Bombeiros.

“Eu lembro que quando ele estava na sala, eu o chamei para vir para cama,deitar. Era por volta das 21h. Foi uma questão de segundos, quando ele pegou a garrafa de água para beber e quando encostou no colchão, rachou e desabou”, disse Luane, em entrevista à TV Jornal.

Eles eram casados há 20 anos e trabalhavam juntos em um restaurante. Fazia parte dos planos do casal, a mudança do Edifício Leme, que estava interditado desde 2000.

“O que me conforta é Deus. Eu sei que ele está lá com Jesus, ele está salvo. Ele era um menino de Deus, um menino da fé. Eu fui um milagre, porque também estava soterrada”, afirmou Luane, bastante emocionada.

 

Na madrugada deste sábado, por volta de 1h19, o Corpo de Bombeiros resgatou a última vítima desaparecida entre os escombros do edifício. Trata-se de uma idosa de 60 anos e segundo informações obtidas pela TV Jornal, a família dela deverá sepultá-la no estado da Paraíba.

 

TRAGÉDIA

Na última quinta-feira (27), por volta das 22h, o Edifício Leme, que fica na Rua Acapulco, no bairro Jardim Atlântico desabou parcialmente. Em consequência, um incêndio se iniciou no local. O Corpo de Bombeiros de Pernambuco foi acionado para dar início aos resgates.

Todos eles já foram retirados dos escombros pelas equipes de busca e salvamento do Corpo de Bombeiros.

Cinco vítimas foram resgatadas com vida, das quais três são do sexo feminino e duas do masculino.  As duas mulheres que foram encaminhada para a UPA da PE-15, em Olinda, receberam alta. Ambas têm 25 anos de idade.

A terceira vítima, do sexo feminino, de 30 anos de idade, recebeu alta do Hospital Miguel Arraes, em Paulista, na noite dessa sexta-feira (28). Os dois homens, de 45 e 53 anos, permanecem internados no Hospital da Restauração, no Recife. Segundo o último boletim médico, o estado de saúde dos dois pacientes é considerado estável.

Já das vítimas fatais, quatro eram do sexo feminino e duas eram do sexo masculino. Elas tinham entre 13 e 60 anos de idade.

O corpo de Maria José Barbosa da Silva, de 52 anos, foi encontrada após mais de 15 horas de buscas pelos escombros. Também foram identificados os corpos de  Everton Benedito dos Santos, de 13 anos, e de Rodolfo Henrique Pereira da Silva, 32. No início da noite dessa sexta-feira, foram encontradas sem vida, Juliana Alves, de 32 anos, e sua filha, Flávia Raiane, de 16 anos. 

De acordo com a Prefeitura de Olinda, o Edifício Leme foi interditado em 2000, pela Defesa Civil, após uma vistoria conjunta entre Estado, Município e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

"Em seguida, os órgãos exigiram da seguradora do imóvel a demolição do mesmo. A mesma seguradora também é responsável pela vigilância do prédio que deveria proibir a ocupação", afirmou.

"A Prefeitura de Olinda atua junto à Justiça, a fim de obrigar as seguradoras a executarem as demolições. Dezenas de ações foram movidas pela Procuradora do Município. Como exemplo, têm-se os casos dos edifícios Verbena e JK, onde a Caixa Seguradora, responsável pela Guarda e Conservação dos prédios, foi obrigada a demoli-los, relocando eventuais ocupantes", continuou, na nota.

"Hoje, no entanto, existem casos em que a Justiça já determinou a demolição do imóvel, após a ação da Prefeitura, porém a seguradora se recusa a dar cumprimento à ordem judicial. E isso mesmo sendo cobrada multa diária no caso de descumprimento", disse a gestão municipal.

LUTO POR TRÊS DIAS

Com o encerramento dos trabalhos de resgate das vítimas do desabamento parcial do Edifício Leme, no bairro de Jardim Atlântico, a Prefeitura de Olinda decretou luto oficial de três dias no município.

"Deixo aqui a minha solidariedade aos familiares e amigos das vítimas do Edifício Leme, em Jardim Atlântico. Olinda está de luto oficial por três dias", informou o prefeito Professor Lupércio, em suas redes sociais.

A Defesa Civil de Olinda permanece na rua Acapulco para a retirada dos entulhos, que deve ocorrer durante todo este fim de semana. Por nota, a Prefeitura de Olinda também informou que vai iniciar o isolamento de parte do Edifício Leme, com tapumes.

Confira na íntegra a nota da Prefeitura de Olinda:

"Após finalização dos trabalhos do Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil de Olinda vai iniciar o isolamento de parte do Edifício Leme, localizado na rua Acapulco, no bairro de Jardim Atlântico, com tapumes. Em seguida haverá nova vistoria técnica complementar.

O laudo final será enviado à Procuradoria Geral do município, com o objetivo de que aconteça maior celeridade ao processo de demolição por parte da Caixa Seguradora, responsável pela edificação. A gestão municipal irá prestar assistência social às vítimas e seus familiares, buscando o ressarcimento da seguradora responsável.

As 11 (onze) vítimas que estavam sendo procuradas foram retiradas dos escombros durante a operação do Corpo de Bombeiros. Cinco delas com vida, das quais três do sexo feminino e duas do masculino. Dos seis óbitos, duas eram do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Três cães também foram resgatados com vida.

Com o fim dos trabalhos de resgate, o prefeito Professor Lupércio decretou luto oficial por três dias"

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