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Operação policial retira 250 famílias que ocupam imóvel no Grande Recife

Mais de 350 policiais participam da ação tocada pelo Governo do Estado a mando da Justiça Federal. O coordenador geral do movimento que ocupa o prédio foi preso

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Katarina Moraes

Publicado em 05/09/2023 às 9:55 | Atualizado em 05/09/2023 às 13:52
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Uma operação retira cerca de 250 famílias de uma ocupação localizada em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, na manhã desta terça-feira (5). A operação é realizada pelo Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de Jaboatão, motivada por uma ordem judicial de reintegração de posse devido ao risco de desabamento do imóvel.

Os três edifícios do do Conjunto Vila do Mar foram ocupados por integrantes do Movimento de Luta por Teto, Terra e Trabalho (MLTT) em 24 de julho de 2023. O imóvel estava vazio desde 2016, após a Defesa Civil constatar, durante avaliação, que ele estava em risco. Hoje, nos seus 48 apartamentos, há adultos, crianças e idosos em vulnerabilidade social.

Os ocupantes pediam a requalificação das estruturas e que o local se transformasse em um habitacional. Contudo, até então, a ocupação não foi visitada, nem incluída em um programa de moradia.

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O poder público só chegou ao local nesta terça, para retirá-los. A ação começou por volta das 4h30 e contou com a presença de mais de 350 policiais. Todos os acessos ao quarteirão onde fica a ocupação foram bloqueados e a imprensa foi impedida de se aproximar dos prédios.

O clima é tenso no local. O coordenador geral do MLTT, Davi Lira, foi preso em flagrante por desobediência. Segundo a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), ele não teria acatado a determinação para desocupar o local. Por isso, foi encaminhado para a Delegacia de Prazeres, onde foi ouvido e liberado.

O imóvel estava desocupado desde 2016 após a Defesa Civil constatar, durante avaliação, que ele estava em risco. Nos seus 48 apartamentos, há adultos, crianças e idosos em vulnerabilidade social.

 

Segundo Victor Henrique, secretário geral do MLTT e um dos coordenadores da ocupação, os ocupantes já haviam recebido, há uma semana, um mandado de despejo, com a condição de que as famílias fossem alocadas em um local seguro. Contudo, considerou que a ação foi feita de forma truculenta.

“Eles não conversaram com a gente antes para que fosse feita através do diálogo. Entraram quebrando as coisas dos moradores”, disse o representante. "São várias famílias trabalhadoras, não têm criminoso aí, tem crianças com autismo e idosos com deficiência, mas não quiseram saber se isso ia causar algum mal. Foi violenta."

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Reintegração de posse do Residencial Vila do Mar, em Jaboatão dos Guararapes - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Reintegração de posse do Residencial Vila do Mar, em Jaboatão dos Guararapes - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Reintegração de posse do Residencial Vila do Mar, em Jaboatão dos Guararapes - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Reintegração de posse do Residencial Vila do Mar, em Jaboatão dos Guararapes - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Reintegração de posse do Residencial Vila do Mar, em Jaboatão dos Guararapes - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

O Tenente Coronel Washington Sousa, do Batalhão de Choque, negou que a violência tenha sido usada. “Não houve a utilização de nenhum agente químico - spray de pimenta e gás - houve a utilização de uma granada para liberar os portões e para a gente ter acesso, mas que não tem agentes químicos e não causa dano”, disse.

Nas redondezas, vários comerciantes não puderam abrir as portas por orientação da polícia. A operadora de caixa, Fabiana Maria, chegou para trabalhar e foi surpreendida. “Achava que isso não ia acontecer. Achava que ia ser feito na calma", contou ela.

Por volta das 14h da tarde, a ação ainda acontecia. Integrantes do Corpo de Bombeiros Militar, da PCPE e oficiais de justiça também acompanham o despejo.

 

Com informações de Cinthia Ferreira, da TV Jornal

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