HABITAÇÃO

João Campos assina projeto com BNDES para moradia no Centro do Recife

Ação é uma das frentes da Prefeitura do Recife para reocupar áreas hoje pouco habitadas do centro da cidade

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Katarina Moraes

Publicado em 04/10/2023 às 13:58 | Atualizado em 04/10/2023 às 14:00
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O prefeito João Campos (PSB) revelou, durante entrevista à Rádio Jornal, ter assinado um projeto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para viabilizar moradia no Centro do Recife. Sem dar muitos detalhes sobre o plano, o gestor afirmou que ele tem “potencial de 220 mil m²”.

Ainda, disse que tem "um grande anúncio imobiliário que ainda não pode ser divulgado por questões contratuais" também para moradia no Centro, mas que deve ser divulgado em breve. Perguntada, a gestão municipal não respondeu se o projeto com o BNDES e esse anúncio têm ligação.

As respostas foram dadas ao questionamento de qual é o saldo do Gabinete do Centro do Recife, lançado há quase dois anos pela Prefeitura do Recife para revitalizar e devolver a urbanidade perdida ao longo das últimas décadas nos bairros do Recife, de Santo Antônio e de São José.

Até agora, o principal direcionamento do programa tem sido reduzir ou zerar impostos e facilitar os trâmites para quem deseja investir na região, seja abrindo ou construindo novos empreendimentos ou reformando os imóveis já existentes.

"Para o Centro, a grande solução estruturadora, é colocar pessoas para morarem nele. Só tem segurança, uma área urbana viva, se tiver gente morando. Até o controle social do que é feito em um local movimentado, você se sente muito mais seguro que em um local onde não tem muita gente", pontuou Campos.

De acordo com o prefeito, a Caixa Econômica deve lançar nos próximos dias uma linha de crédito específica para a recuperação da área histórica. “Tem que ser mais barato que o crédito comum do sistema financeiro”, defendeu.

LOCAÇÃO SOCIAL

Ainda nesse tema, o político comentou sobre a Parceria Público-Privada de Locação Social que vai ofertar cerca de 1.128 unidades habitacionais na área central da cidade, nos bairros de Santo Antônio, São José, Boa Vista e Cabanga. “Todo esforço que a gente está fazendo é para viabilizar moradia na cidade com projetos de grande volume, a exemplo desse da Caixa”, justificou.

A iniciativa da locação social será voltada para famílias cuja renda seja de até R$ 4.400,00 e pessoas que se enquadrem na Faixa 3 do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) para alienação. O projeto é fruto de uma parceria com o Governo Federal, através dos Ministérios das Cidades e da Casa Civil, além da Caixa Econômica Federal (CEF).

O projeto prevê retrofits e novas construções com prazo médio de construção de 3 anos após assinatura do contrato. Os apartamentos variam do tipo studios até três quartos e vão ser entregues com eletrodomésticos e mobília básicos e garantia de serviços de manutenção, limpeza e gestão das áreas comuns, além de atividades para capacitar os beneficiários.

SEGURANÇA

João Campos concordou com os entrevistadores que a segurança pública é um dos pontos mais críticos da cidade, sobretudo do Centro, mas direcionou a responsabilidade principalmente ao Governo de Pernambuco, que controla as polícias Civil e Militar. “Cabe às cidades construírem infraestrutura que viabilizem mais segurança”, disse.

Para isso, comentou sobre o programa de iluminação voltado para pedestres, lançado nos últimos meses “Começamos pela Agamenon Magalhães e estamos fazendo isso nos grandes corredores, sobretudo naqueles que circulam muita gente, também instalando câmeras de videomonitoramento”.

PALAFITAS

João Campos enunciou que tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a possibilidade de ampliar o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para urbanizar mais áreas vulneráveis, principalmente de palafitas, do que já promete fazer com os R$ 2 bilhões do empréstimo firmado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

“Eu disse: ‘presidente, é um problema muito grande para alguém resolver só, mas juntos a gente consegue’. E eu tenho certeza que, com a sensibilidade do presidente Lula, ele vai ser parceiro da cidade nisso, para em vez de fazer só nas áreas onde a prefeitura está entrando, fazer com a presença do governo federal.”

Os repasses do BID serão feitos por meio do programa ProMorar de investimentos em infraestrutura, habitabilidade e resiliência urbana em 40 comunidades vulneráveis, implementação de um pacote de contenção de encostas em toda a cidade, além de intervenções de macrodrenagem nas bacias do rio Tejipió, Jiquiá e Moxotó.

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