MINI ZOOLÓGICO

Após anos de cobrança, animais começam a ser retirados do Parque 13 de Maio, no Recife

A retirada dos animais será realizada por etapas e deve ser concluída até o final do mês de novembro

Imagem do autor
Cadastrado por

Katarina Moraes

Publicado em 20/10/2023 às 13:11 | Atualizado em 20/10/2023 às 14:55
Notícia
X

Animais que habitavam o Parque 13 de Maio, na área central do Recife, começaram a ser retirados nesta sexta-feira (20) pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). A "extinção" do zoológico no equipamento, instalado na década de 1970, era um pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), ONGs e protetores de animais há mais uma década.

Foram retirados 12 araras-canidé, 30 rolinhas-cinza, 2 rolinhas-caldo-de-feijão, 2 patativas, 1 tizil e 1 siriema em ação realizada em parceria com a Prefeitura do Recife, com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

De acordo com a gerência de Fauna da CPRH, 48 aves foram encaminhadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres – Cetras Tangará. Após passarem por avaliação clínica e exames, os animais que tiverem condições de serem reinseridos na natureza serão soltos em locais adequados. Os que não tiverem condições de reinserção na natureza ficarão sob os cuidados de instituições parceiras.

DIVULGAÇÃO/PCR
A retirada dos animais será realizada por etapas e deve ser concluída até o final do mês de novembro - DIVULGAÇÃO/PCR
DIVULGAÇÃO/PCR
Foram retirados 12 araras-canidé, 30 rolinhas-cinza, 2 rolinhas-caldo-de-feijão, 2 patativas, 1 tizil e 1 siriema - DIVULGAÇÃO/PCR
DIVULGAÇÃO/PCR
A retirada dos animais será realizada por etapas e deve ser concluída até o final do mês de novembro - DIVULGAÇÃO/PCR

“Os centros urbanos não são locais adequados para animais silvestres. No Cetras, faremos todo o possível para que eles se recuperem e ganhem a liberdade em seus habitats. Mas, os que não puderem, com certeza viverão melhor nas instituições parceiras, longe do barulho excessivo e da poluição de uma área urbana”, comentou o presidente da CPRH, José de Anchieta dos Santos.

Outras espécies seguem no local, por enquanto, como macacos, galinhas, gansos, patos e camaleão. De acordo com a CPRH, a retirada dos animais será realizada por etapas e deve ser concluída até o final do mês de novembro, seguindo o cronograma estabelecido pelos órgãos envolvidos.

Entre as principais queixas dos defensores da medida, estavam a poluição sonora, que perturbava as espécies; as gaiolas pequenas e a alimentação inadequada, já que muitos visitantes do parque acabavam oferecendo comida de gente para os animais.

"Apesar de ter placas para não alimentarem os animais, já presenciamos crianças jogando pipoca e dando pirulito para os macacos", comentou a ex-vereadora e ativista animal Goretti Queiroz. "Não era um local adequado. São espaços muito pequenos. Na jaula das araras, elas nem conseguiam voar", disse.

PROTETORES ENXERGAM VITÓRIA

Por isso, os defensores dos direitos dos animais veem a retirada como uma vitória. "É uma vitória considerável e dos animais, que vão ter condições de ter uma vida diferenciada de acordo com sua espécie", comentou Goretti.

Junto ao Movimento de Defesa Animal de Pernambuco, ela chegou a fazer duas manifestações no local - 2011 e em 2018 -, trazendo visibilidade à causa.

Isso resultou na Lei Estadual 14.639/2012, que proíbe a permanência de silvestres, selvagens ou exóticos em ambientes de clausura em praças, parques ou espaços urbanos, localizados em áreas com registro de elevada densidade demográfica. No ano passado, a capital pernambucana sancionou uma lei com o mesmo teor.

Em 2017, a Promotoria de Justiça e Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico-Cultural do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou a remoção deles do parque até o Cetas Tangara, o que não foi atendido.

Tags

Autor