PATRIMÔNIO

Iphan destina R$ 20 milhões para reforma do Mercado de São José, no Recife

Equipamento, que é tombado a nível federal, deve ter revitalização entregue em 2026

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Katarina Moraes

Publicado em 23/02/2024 às 10:43 | Atualizado em 23/02/2024 às 10:52
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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Ministério da Cultura (MinC) se comprometeram a repassar R$ 20 milhões do Novo PAC Patrimônio Cultural para requalificar o Mercado São José, no bairro de mesmo nome, no Centro do Recife. Nessa quinta-feira (22), as pastas assinaram um Termo de Compromisso (TC) com a Prefeitura do Recife para garantir os recursos.

A cerimônia de assinatura foi realizada no Ministério da Cultura com a presença da ministra Margareth Menezes; do presidente do Iphan, Leandro Grass e do prefeito de Recife, João Campos (PSB). Participaram também o secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares; a secretária dos Comitês de Cultura do Minc, Roberta Cristina Martins, e o assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Mozart Julio Tabosa.

De acordo com a ministra, a liberação de recursos para a requalificação do mercado representa um investimento de alto nível em Pernambuco, sendo mais um ato de reativação da cultura no País. “Para mim, como ministra, e para todo o sistema MinC, é um momento muito importante. É um projeto com memória e representatividade. São tantos os elementos envolvidos na reforma desse mercado que não irá contemplar apenas Pernambuco, mas todos os brasileiros”, declarou Margareth Menezes.

Filipe Araújo/Ministério da Cultura
A cerimônia de assinatura foi realizada no Ministério da Cultura nessa quinta-feira (22) - Filipe Araújo/Ministério da Cultura

O Mercado de São José é um equipamento tombado a nível federal pela sua importância cultural, histórica e arquitetônica. Ponto turístico da capital pernambucana, o edifício é o mais antigo pré-fabricado em ferro do Brasil. Atualmente, são comercializados no prédio artesanato local, produtos alimentícios e outros serviços.

Por tudo isso, o presidente do Iphan, Leandro Grass, destacou o valor do investimento no Mercado São José tanto pela possibilidade de entrega de um Patrimônio Cultural brasileiro recuperado quanto pelo impacto positivo na comunidade, em termos de inclusão social e desenvolvimento econômico.

“Esta é a principal obra do Novo PAC Patrimônio Cultural em Pernambuco. São mais de R$ 20 milhões que serão repassados à Prefeitura de Recife para uma obra importante para a qualidade de vida dos comerciantes, dos moradores e dos turistas que visitam a cidade, além do aspecto econômico de geração de emprego e renda”, afirmou Grass. “Além desta, serão outras quatro obras na cidade garantidas com recursos do Novo PAC”, adiantou o presidente do Iphan.

Com o TC, a Prefeitura de Recife se compromete com a execução da obra de requalificação do edifício e a implementação de projetos complementares, como de educação patrimonial e de formação profissional da comunidade local, conforme diretriz do programa. “É um mercado secular, com arquiteturas francesa e inglesa, onde a gente encontra um pouco da cultura pernambucana. E é usado tanto pela comunidade quanto para o turismo. Será o maior restauro do mercado em 50 anos”, destacou o prefeito João Campos.

OBRAS EM ANDAMENTO

A primeira etapa das obras de reforma e restauro do Mercado de São José começou em janeiro e afeta, nesse momento, o setor de artesanato do equipamento, que por isso passou a funcionar em um anexo provisório na Rua da Praia, abrigando mais de 140 boxes. A previsão é de que as obras terminem por completo em janeiro de 2026. 

De acordo com a gestão municipal, cerca de 100 permissionários serão afetados nesta fase. Desses, 46 vão para o anexo, enquanto 54 preferiram receber um auxílio mensal no valor de R$ 3 mil enquanto durarem as obras - cuja previsão de fim não foi informada. O horário do funcionamento nele segue o dos mercados públicos: de segunda a sábado, das 6h às 18h e nos domingos e feriados das 6h às 13h.

A requalificação do prédio era um pedido constante de comerciantes e frequentadores.O JC relatou, em 2022, que seus vitrais e telas caíam frequentemente, havia falta de organização, de padronização e de uso de itens de higiene pelos comerciantes, como luvas, por exemplo, pouca manutenção e limpeza.

REFORMA NO MERCADO

Mas a reforma, anunciada pela Prefeitura ainda em março de 2022 sob o investimento de R$ 22 milhões, rendeu uma série de desgastes entre o município e os permissionários, que em um primeiro momento não aceitaram as mudanças propostas pelo próprio Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Isso porque o órgão exigiu que o mercado, que é tombado pela sua importância arquitetônica e histórica, retornasse ao projeto original - o que implicaria na necessidade de remoção das barracas de alimentação que ficavam em sua parte frontal. Contudo, permissionários denunciaram à Prefeitura que isso afetaria dezenas de famílias que sobrevivem dessa renda diariamente.

 

Então, o Iphan autorizou a construção de um mezanino, que funcionará em um primeiro andar para abrigá-los, enquanto o município mantinha reuniões periódicas com os vendedores a fim de atender suas demandas.

Os serviços estão sendo realizadas pela Autarquia de Urbanização do Recife (URB), e vão contemplar todos os 403 boxes existentes. Além disso, as obras incluem a reforma dos banheiros, restauração dos elementos de ferro, vidro e madeira. Haverá a reorganização dos 403 boxes existentes, sendo 44 localizados na rua central, 178 localizados no pavilhão norte, 156 localizados no pavilhão sul e 25 localizados no espaço destinado às lanchonetes.

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