HABITAÇÃO

Grupo protesta na Prefeitura do Recife cobrando moradia

Moradores da ocupação Ranúsia Alves, localizada no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, cobram da gestão do prefeito João Campos a liberação de um terreno localizado no bairro da Guabiraba

Cadastrado por

JC

Publicado em 21/05/2024 às 12:32
Protesto cobra da Prefeitura do Recife a construção de moradias para famílias que hoje estão na ocupação Ranúsia Alves
Protesto cobra da Prefeitura do Recife a construção de moradias para famílias que hoje estão na ocupação Ranúsia Alves - Rodrigo de Luta / TV Jornal

*Com informações do repórter Rodrigo de Luna, da TV Jornal 

Integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) interditaram, na manhã desta terça-feira (21), parte da Avenida Cais do Apolo, em frente a Prefeitura do Recife (PCR), para reivindicar o acesso à moradia para mais de 500 famílias. 

Por nota, o Corpo de Bombeiros de Pernambuco (CBMPE) afirmou que foi acionado por volta das 10h25, para dar apoio a Polícia Militar (PMPE) durante a interdição de uma das vias do Cais do Apolo, que acabou sendo liberada por volta das 11h13. Uma viatura de combate a incêndio chegou a ser descolada para o local por causa dos pneus queimados. 

Moradores da ocupação Ranúsia Alves, localizada no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, cobram da gestão do prefeito João Campos a liberação de um terreno localizado no bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife, em que seriam construídos 128 unidades habitacionais. 

"Essas pessoas são idosos, crianças, pais e mães de família, que não aguentavam mais morar de aluguel. O aluguel na cidade do Recife é um dos alugueis mais caros do Brasil, e um dos maiores do Nordeste também, e é exatamente por isso que elas decidiram ocupar o terreno abandonado há mais de 40 anos pela UFPE. Existe um processo de reintegração de posse do terreno e é exatamente por isso que a gente buscou outras alternativas para solucionar o problema destas famílias", explicou o coordenador nacional do MLB, Matheus Araújo. 

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Os moradores também relataram que houve um desentendimento por parte da Prefeitura do Recife. Primeiro, o Executivo municipal assegurou que faria a doação do terreno citado, entretanto, como contrapartida, 45 apartamentos teriam que ser destinados para as famílias selecionadas pela gestão. 

"O que que vai contra as regras do próprio programa. O Programa 'Minha Casa Minha Vida', diz que a entidade organizadora, no caso o MLB, é que vai selecionar essas famílias, mas a prefeitura quer influenciar nisso. Então agora eles falaram, mais de uma vez, que não vão doar o terreno. Nosso movimento conseguiu a parte mais difícil que é a aprovação dos recursos e temos uma demanda muito maior que 128 unidades. Mas, o prefeito [João Campos] não quer honrar com sua palavra", concluiu Matheus Araújo, em entrevista à TV Jornal

Desempregada, a técnica de enfermagem Solange Aires contou que tem dois netos que dependem dela. "Estou aqui porque pagamos aluguel hoje, mas amanhã não temos mais como pagar. Queremos a garantia de moradia para todos, precisamos ter uma casa digna, com saneamento básico. Por isso estamos aqui", disse Solange. 

RESPOSTA DA PREFEITURA DO RECIFE

Após liberação da via, integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas permaneceram no hall da Prefeitura do Recife. Uma comissão com dez representantes do MLB foi recebida por uma equipe do Executivo municipal e encontram-se em reunião. 

"A gestão municipal reitera que mantém o diálogo e a parceria com o MLB, cuja entidade foi beneficiada recentemente, através do Minha Casa Minha Vida Entidades, com a doação de um terreno na comunidade do Bariloche, no bairro da Guabiraba, para construção de conjunto habitacional com 128 moradias. Além disso, a Prefeitura disponibilizou equipes pra acompanhar cadastramento social que seria feito pela UFPE. Por fim, o governo municipal reitera o compromisso de manter o diálogo com todas entidades e movimentos sociais da cidade", finaliza a nota. 

 

 

 

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