Dona de imóvel alugado à Funase denuncia ter recebido propriedade deteriorada
Espaço estava alugado desde 2008 para o funcionamento da Casa de Semiliberdade (Casem) Santa Luzia, na Iputinga, zona oeste do Recife
Infiltrações, fios expostos e falta de manutenção. Após mais de 15 anos cedendo seu imóvel ao Governo do Estado de Pernambuco para o funcionamento de uma unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), a psicóloga Analúcia Navaes afirma ter recebido a propriedade em situação deplorável.
Localizado no bairro da Iputinga, zona oeste do Recife, o espaço acolhia as atividades da Casa de Semiliberdade (Casem) Santa Luzia, destinada a adolescentes do sexo feminino. O imóvel foi alugado em 2008 e os proprietários foram informados no último mês de maio que o aluguel não seria mais renovado.
“Quando cheguei aqui tive a surpresa terrível de toda a situação do imóvel. O engenheiro veio, fez a vistoria e constatou que a casa está inabitável e com vários problemas elétricos e hidráulicos”, disse Analúcia Navaes, em entrevista à TV Jornal. De acordo com ela, a propriedade apresenta problemas elétricos e hidráulicos e reformas foram realizadas sem a autorização da família. Ela afirma que vai precisar investir cerca de R$ 200 mil para voltar a morar na casa.
Em nota, a Funase informou que o imóvel foi entregue com todas as taxas quitadas e que os locadores foram convidados a participar da vistoria final. Confira nota na íntegra:
“A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) informa que devido ao reordenamento das unidades socioeducativas de Pernambuco, em razão da redução expressiva no número de jovens atendidos no último ano, e com vistas à prestação de melhores serviços aos que ainda estão em cumprimento de medida socioeducativa no estado, encerrou as atividades na Casa de Semiliberdade (Casem) Santa Luzia, localizada no bairro da Iputinga, no Recife. O imóvel, o qual vinha sendo prorrogado anualmente sem qualquer contestação dos proprietários, foi entregue no dia 27 de junho por conclusão do prazo de vigência do contrato, com todas as taxas quitadas, como aluguel, água, luz e IPTU. A Funase acrescenta, ainda, que os locadores foram convidados a participar da vistoria.”
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Vistoria
O advogado de negócios imobiliários, Amadeu Mendonça, destaca a importância da vistoria e que é fundamental que locadores e locatários se resguardem de todas as condições do negócio no contrato.
“É de fundamental importância que seja feito o laudo de vistoria inicial constatando a situação do imóvel antes do inquilino entrar e, ao final da locação, que se faça o laudo de vistoria final para que locador e locatário comparem como o imóvel foi entregue e como foi devolvido e, com isso, veja se tem alguma coisa a ser indenizada”, afirmou.