Reservatórios ainda não refletem chuvas que caíram em Pernambuco e poderiam minimizar a estiagem
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As chuvas que caíram em Pernambuco nas últimas horas ainda não refletem no aumento do nível dos reservatórios nas microrregiões no Estado. A expectativa é que a partir desta terça-feira (14) o escoamento comece a acontecer e, só então, será possível avaliar a contribuição das precipitações para melhorar a situação dos mananciais.
Se as fortes chuvas causam alagamentos, deslizamentos de terras e prejuízos às cidades, elas também podem aliviar a estiagem. De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), atualmente, todos os municípios do Estado estão em condição de seca.
No último dia 30, a Apac, a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e a Compesa convocaram a imprensa para anunciar que Pernambuco está em estado de alerta do abastecimento de água, em função das chuvas abaixo da média, do baixo nível de água nos reservatórios e da rápida evaporação dessa água acumulada. Na ocasião, foi apresentada uma previsão de estiagem de janeiro a março e a intensificação do racionamento para garantir o abastecimento de água.
NÍVEL BAIXO
Nesta segunda-feira (13), após chuvas que superaram em 12h ou 24h, o equivalente à média do mês inteiro de janeiro em algumas localidades, algumas barragens continuaram com os mesmos níveis de água. Segundo a Apac, reservatórios da Região Metropolitana do Recife (RMR), como Goitá (4,77%), Bita (12,9%) e Utinga (11,17%) permaneceram sem alteração. No Agreste, Jucazinho diminuiu ainda mais a acumulação, com 6,2%. A expectativa é que com o início do escoamento da água das chuvas, elas possam mudar nos próximos dias.
FENÔMENO
A Apac explica que, desde a segunda-feira (6), foi identificado "um sistema meteorológico chamado Cavado em Altos Níveis, com possibilidade de gerar instabilidades significativas no Sertão. Esse sistema foi evoluindo e se transformou em um Vórtico Ciclônico de Altos Níveis", destaca o Boletim da Sala de Situação da Apac. A partir daí, a Agência passou a enviar avisos para as microrregiões do Estado, de acordo com a previsão e intensidade das chuvas.
Ao longo dos últimos dias, as precicipações foram se aproximando, vindo do Sertão até o Litoral, com pancadas acima de 100 mm (considerada forte). Em Garanhuns, no Agreste, entre a tarde de sexta (10) e a madrugada de segunda (13) choveu 212 milímetros no município.
Um dos locais mais atingidos foi a Rua Serra Branca, no bairro do Magano, onde a força das águas removeu grande parte do calçamento da via. Parte do muro da UPE, no bairro da Brasília, caiu. A chuva também provocou queda de energia em alguns bairros.
TRANSTORNOS NO GRANDE RECIFE
As chuvas que atingiram o Grande Recife na madrugada e na manhã desta segunda-feira (13) deixou um cenário de ruas e avenidas alagadas. Segundo a Apac, só na capital, foram registrados 127 milímetros de chuva nas últimas 24 horas. Esse volume é mais do que a média prevista para todo o mês de janeiro, quando fica entre 80 a 100 milímetros.
As precipitações começaram à noite e se intensificaram durante a madrugada, quando a maré estava subindo. O nível de elevação das águas do mar chegou ultrapassou os dois metros de altura (2,16 m) por volta das 3h30.
PREVISÃO DO TEMPO
A previsão da Apac é que vai continuar chovendo pelo menos até esta terça-feira (14). "O sistema meteorológico segue atuando entre o Litoral e o Agreste. A previsão indica continuidade das chuvas na categoria moderada (~50mm). Os modelos meteorológicos indicam que as instabilidades devem continuar pelo menos até esta terça (14) pela manhã", diz o Boletim.
A região do Sertão inspira atenção, com expectativa de ter o nível de chuva elevado para moderada a forte no período da noite e madrugada de terça-feira (14).