Monumento | Notícia

Busto de Soledad Barrett Viedma é inaugurado na Rua da Aurora, Centro do Recife

Homenagem à militante paraguaia foi instalada próxima ao Monumento Tortura Nunca Mais, que fica na Rua da Aurora, bairro de Santo Amaro

Por Zayra Pereira Publicado em 14/02/2025 às 22:34

A prefeitura do Recife inaugurou, nesta sexta-feira (14), um busto de Soledad Barrett, na Rua da Aurora,  próximo ao Monumento Tortura Nunca Mais, no bairro de Santo Amaro. A homenagem à militante foi realizada através da Secretaria de Direitos Humanos e Juventude.

A obra é do artista plástico José Roberto da Silva e foi confeccionada em concreto polido e patinado, custando pouco menos de R$ 29 mil.

A cerimônia de inauguração contou com a presença dos membros da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

Vanessa Alcântara/Prefeitura do Recife/ Divulgação
Imagem de ato durante inauguraçao do Busto de Soledad Barret - Vanessa Alcântara/Prefeitura do Recife/ Divulgação

“A inauguração do busto de Soledad Barrett Viedma promove uma reflexão sobre o quanto a gente precisa incentivar as pessoas a conhecerem, especialmente as novas gerações, um passado não tão distante e um passado que não deve se repetir”, afirmou o secretário de Direitos Humanos e Juventude, Marco Aurélio Filho.

“Esse busto é muito mais do que uma homenagem a uma desaparecida política. Na verdade, é um compromisso da gestão no fortalecimento dessa política pública da memória e da verdade. É importante as novas gerações conhecerem a verdadeira história desse país, para que a gente possa fortalecer a democracia”, acrescentou o gestor.

Quem foi Soledad Barrett

Soledad Barrett Viedma foi uma militante paraguaia, nascida em 1945, cuja trajetória foi marcada pela resistência às ditaduras da América Latina. Filha de uma família politicamente engajada, desde jovem enfrentou perseguições e exílios, vivendo em países como Argentina, Uruguai, Cuba e Brasil.

Em sua adolescência, foi sequestrada e marcada por neonazistas no Uruguai, o que reforçou sua militância. Em Cuba, casou-se com o brasileiro José Maria Ferreira, também militante, e tiveram uma filha, Ñasaindy Barrett.

Após a morte de José Maria pela ditadura militar brasileira, Soledad se juntou à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e se mudou para Pernambuco. Em janeiro de 1973, aos 28 anos e grávida, foi presa, torturada e assassinada na chamada “Chacina da Chácara São Bento”, tendo sua morte encoberta pelo regime militar com uma versão falsa de tiroteio.

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