A pré-candidata à Prefeitura do Recife, Marília Arraes (PT) criticou a publicação que o Ministério da Defesa fez nesta terça-feira (31), dia que completa 56 anos do golpe militar no Brasil. A deputada federal também homenageou o avô e ex-governador do Estado, Miguel Arraes.
>> Vice-presidente Mourão exalta golpe militar e diz que a ditadura desenvolveu o Brasil
>> Mourão é criticado nas redes sociais após exaltar golpe militar
A homenagem feita ao avô publicada no Twitter destaca que ele a ensinou a ter lado, posição, e não titubear frente às ameaças e dificuldades.
Hoje é dia de homenagear a todos os que lutaram contra a ditadura militar, como Miguel Arraes. A convivência com ele, e a sua própria história, me deixou grandes ensinamentos. Dentre eles ter coragem, lado, posição, e não titubear frente às ameaças e dificuldades. Arraes Vive! pic.twitter.com/XRByfIAiQT
— Marília Arraes (@MariliaArraes) March 31, 2020
Na crítica ao texto no site do Ministério da Defesa que comemora o 31 de Março de 1964, dia do Golpe Militar, ela caracterizou como “triste mensagem” e “um verdadeiro desrespeito à memória dos que lutaram pela democracia brasileira”.
A conta oficial do PT Nacional no Twitter também lembrou a data com algumas publicações no site. Uma delas ressaltava que "foi o mais longo período de violência contra as liberdades democráticas e contra o povo brasileiro". O ex-presidente Lula retuitou a mensagem. Em outra, além de criticar a data, o Partido alfinetou o presidente da República com uma imagem "covid-19 não é gripezinha".
Em 31 de março de 1964 a Constituição foi rasgada por um golpe militar. Com ela rasgaram também a democracia. Lembrar para que nunca mais aconteça! #DitaduraNuncaMais pic.twitter.com/GKsT3fSwWx
— PT Brasil (@ptbrasil) March 31, 2020
Mensagem de Marília Arraes na íntegra
O site oficial do Ministério da Defesa publica hoje uma triste mensagem em que comemora o Golpe Militar de 1964. Um verdadeiro desrespeito à memória dos que lutaram pela democracia brasileira. Nasci pouco tempo depois que minha família havia chegado dos longos anos de exílio. Cresci convivendo com pessoas vítimas desse regime perverso, de um Estado que matou, perseguiu, torturou, pelo simples motivo de pensar diferente. Recentemente, minha tia Ana Arraes deu uma entrevista em que relatou algumas lembranças dos momentos, dos bastidores deste golpe que marcou a História do Brasil e, também, da nossa família. Histórias que por tantas vezes já havia escutado.
Arraes lutou contra tudo isso e a convivência com ele me deixou grandes ensinamentos. Entre eles, ter muita coragem e ter lado, ter posição, não titubear frente às ameaças e dificuldades. E também contar sempre essa História, do jeito que ela aconteceu, para que nunca mais aconteça.
Comentários