A Advogada Rosangela Wolff Moro, esposa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, disse não esperar outra atitude do marido que não fosse deixar o governo de Jair Bolsonaro. Em publicação no Instagram, nesse domingo (26), ela afirmou que esse era a "unica opção "eticamente aceitável".
"Eu lamento que, em meio a uma gigante pandemia, o foco tenha sido desvirtuado, porque acredito que a vida precisa estar acima de tudo. Sou cidadã e, ao mesmo tempo, esposa de uma pessoa que lutou fortemente contra a corrupção sob a máxima: a lei é para todos, em defesa do estado de direito", afirmou Rosangela. Sergio Moro preferiu responder à publicação da esposa com um coração.
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Na última sexta-feira (24), Sergio Moro, anunciou a demissão após um ano e quatro meses à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O estopim para a saída foi a decisão de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado para o posto por Moro.
Ainda na publicação, a esposa de Moro afirmou que a família vem sofrendo ataques. "Viveremos tempos difíceis, certamente, com a propagação de ofensas e inverdades, sejam por parte de robôs ou de pessoas que discordam dos nossos valores. Mas sigo confiante de que fazer a coisa certa é sempre o caminho necessário", escreveu.
Sergio Moro
Sergio Moro explicou que o problema não é a troca em si, mas o motivo pelo qual Bolsonaro tomou a atitude. Segundo o agora ex-ministro, Bolsonaro quer "colher" informações dentro da PF, como relatórios de inteligência. "O presidente me disse mais de uma vez, expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligência, seja diretor, seja superintendente. E realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação", declarou.
No mesmo dia, o presidente da República realizou coletiva para rebater Moro e afirmou que nunca interferiu em qualquer investigação da PF, mas disse que procurou saber, “quase implorando”, sobre casos como o da facada que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018. “Não são verdadeiras as insinuações de que eu desejaria saber sobre investigações em andamento”, declarou.
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