O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro utilizou as redes sociais para afirmar que 'há lealdades maiores do que as pessoais' após ter sido chamado de 'Judas' pelo presidente Jair Bolsonaro e apoiadores do governo. Na noite de sábado (2), o ex-juiz da Lava Jato concluiu depoimento de mais de oito horas no inquérito que apura suas acusações de interferência política na corporação.
Há lealdades maiores do que as pessoais.
— Sergio Moro (@SF_Moro) May 3, 2020
Horas antes do depoimento de Moro, o presidente utilizou suas contas nas redes sociais chamou o ex-ministro de 'Judas' ao divulgar vídeo em que uma pessoa não identificada diz ter ouvido vozes de outras pessoas que falariam com Adélio no momento do crime - mesmo com dois inquéritos da Polícia Federal, um deles já concluído, apontarem que o esfaqueador agiu sozinho.
Durante a manhã de sábado, ao deixar o Palácio do Alvorada, o presidente não quis falar com a imprensa, mas disse a apoiadores que não será alvo de nenhum 'golpe' em seu governo."Ninguém vai fazer nada ao arrepio da Constituição. Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não", disse.
- Depoimento de Moro em Curitiba provoca embate entre bolsonaristas e apoiadores do ex-ministro
- Moro tem motivação política, afirma Eduardo Bolsonaro
- Damares diz que saída de Moro foi "crise criada" e indica êxito contra o coronavírus
- Jair Bolsonaro se aproxima do centrão para sair do isolamento
- Moro depõe em Curitiba e apresenta novas provas contra Bolsonaro
- Bolsonaro avalia indicar 'braço direito' de Ramagem para a Polícia Federal
Moro acusou Bolsonaro de trocar o comando da PF para obter informações e relatórios sigilosos de investigações ao anunciar demissão, na semana passada. O Planalto se preocupa com o andamento de inquéritos que apuram esquemas de divulgação de 'fake news' e financiamento de atos antidemocráticos realizados em abril, em Brasília.
O inquérito em que o ex-ministro prestou depoimento foi aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e corre sob relatoria do ministro Celso de Mello, decano da Corte. Tanto Moro quanto Bolsonaro são investigados. O ex-ministro é investigado por suposta denunciação caluniosa e crime contra a honra.
Comentários