orçamento

Câmara aprova em 1º turno novo texto-base da PEC do Orçamento de Guerra

O artigo que trata sobre a contrapartida de manutenção de empregos nas empresas foi retirado do texto pelo relator

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 04/05/2020 às 19:56 | Atualizado em 04/05/2020 às 20:02
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Agora, faltam ser aprovados os destaques da PEC - FOTO: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A Câmara aprovou novamente em primeiro turno o texto-base da proposta de emenda à Constituição (PEC) do Orçamento de Guerra, nesta segunda-feira (4). Faltam agora os destaques para a conclusão desta fase.

>> Bolsonaro atribui agressão a profissionais do Estadão a 'possíveis infiltrados'

A votação do texto-base foi fatiada em duas. Primeiro, os deputados aprovaram os trechos mantidos pelo Senado, foram 481 votos a 4 contrários. Em seguida, votaram os trechos retirados pelo relator na Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com 326 a favor e 143 contra.

>> Sergio Moro pede ao STF para divulgar depoimento que prestou à PF contra Bolsonaro

A proposta já foi aprovada pela Câmara, mas foi alterada ao receber o aval dos senadores, no dia 17 de abril, e, por isso, voltou para sua Casa de origem para ser novamente votada em dois turnos, com o aval de três quintos dos deputados, ou seja, 308 parlamentares. Depois, ela é promulgada em sessão do Congresso Nacional, não sendo necessária a sanção pelo presidente Jair Bolsonaro.

O relator da proposta retirou o artigo 4º do texto, que trata sobre a contrapartida de manutenção de empregos nas empresas das quais o Banco Central comprou a dívida.

No entanto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já havia antecipado essa mudança. "Esse é um texto que inviabiliza a utilização desse instrumento pelo Banco Central. A empresa que emitiu o título já recebeu o dinheiro, ele já está circulando no mercado. Imagina você bloquear a intervenção do BC, dizendo que a empresa terá de garantir empregos. Que empresa terá que garantir os empregos? A empresa que emitiu o título, já ganhou o dinheiro, ela não faz parte do mercado secundário", afirmou Maia na semana passada.

>> Em meio à pandemia do coronavírus, Onyx Lorenzoni participa de manifestação em Brasília

A oposição foi contra a alteração e deve tentar retomar a contrapartida por meio dos destaques. "O artigo 4º proíbe demissões das empresas que vão ser afetadas, beneficiadas pelo que estamos determinando nessa emenda constitucional, que é a negociação dos títulos pelo Banco Central. Não é justo que a gente faça uma proposta de emenda constitucional, uma emenda constitucional, que beneficie empresas, beneficie financeiras, beneficie bancos e os trabalhadores saiam perdendo", disse a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).

>> Mourão classifica como 'covardia' agressões sofridas por jornalistas em ato pró-governo

Motta manteve no texto a exigência para que micros e pequenas empresas precisem apresentar notas de classificação de agências de risco (os chamados ratings) para conseguir acesso a crédito. Essa era uma demanda de alguns partidos, mas houve pressão do BC para que isso fosse mantido.

Comentários

Últimas notícias