A defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, solicitou ao decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, permissão para divulgar, na íntegra, o depoimento prestado por Moro contra o presidente Bolsonaro à Polícia Federal, no último sábado (02). Na petição enviada ao decano, os advogados de Moro alegam que a imprensa vem divulgando "trechos isolados" do depoimento e a intenção da divulgação é de "evitar interpretações dissociadas" do contexto real das declarações do ex-ministro.
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"Por fim, considerando que a imprensa, no exercício do seu legítimo e democrático papel de informar a sociedade, vem divulgando trechos isolados do depoimento prestado pelo Requerente [Sergio Moro], em data de 02 de maio de 2020, esta Defesa, com intuito de evitar interpretações dissociadas de todo o contexto das declarações e garantindo o direito constitucional de informação integral dos fatos relevantes – todos eles de interesse público – objeto do presente Inquérito, não se opõe à publicidade dos atos praticados nestes autos, inclusive no tocante ao teor integral do depoimento prestado pelo Requerente", diz a petição.
Moro presta depoimento à Polícia Federal, no último sábado (02)
O ex-ministro da Justiça prestou depoimento à Polícia Federal, em Curitiba, no último sábado (02), à chefe do Setor de Inquéritos Especiais do Supremo Tribunal Federal, Christiane Corrêa Machado, nas apurações sobre 'interferência política' do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na PF. A oitiva foi tomada por ordem do decano Celso de Mello, do STF. Moro prestou depoimento por oito horas.
O depoimento aconteceu porque, quando anunciou sua demissão, no dia 24 de abril, Moro acusou Bolsonaro de trocar o comando da PF para ter informações e relatórios sigilosos de investigações. "O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência, seja diretor, superintendente, e realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As investigações têm de ser preservadas. Imagina se na Lava Jato, um ministro ou então a presidente Dilma ou o ex-presidente (Lula) ficassem ligando para o superintendente em Curitiba para colher informações", disse Moro à época.
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