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AGU pede ao STF para entregar vídeo apenas com trechos que envolvam Moro

O inquérito investiga a suposta interferência do presidente na Polícia Federal

JC
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Publicado em 07/05/2020 às 17:27 | Atualizado em 07/05/2020 às 17:51
EVARISTO SA/AFP
Ironicamente, a decisão de encerrar a Lava Jato foi tomada sob a presidência de Jair Bolsonaro, o líder da extrema-direita que soube aproveitar a onda antissistema provocada pela operação para vencer as eleições de outubro de 2018 - FOTO: EVARISTO SA/AFP

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu permissão ao Supremo Tribunal Federal (STF) para entregar à Corte apenas parte das gravações da reunião no Palácio do Planalto no dia 22 de abril, na qual o presidente Jair Bolsonaro teria ameaçado exonerar seu então ministro da Justiça, Sergio Moro. O pedido é para entregar apenas as partes que o ex-ministro apareça. 

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A gravação foi solicitada, na íntegra, pelo ministro Celso de Mello, relator do inquérito que investiga as declarações que Moro fez contra Bolsonaro em seu anúncio de demissão. O inquérito investiga a suposta interferência do presidente na Polícia Federal.

No primeiro pedido, a AGU solicitou que as gravações não fossem entregues alegando que os temas discutidos incluíam "assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de Relações Exteriores, entre outros". Agora, a AGU pediu ao relator do inquérito que reconsidere “a ordem de entrega de cópia de eventuais registros audiovisuais de reunião presidencial ocorrida no dia 22 de abril de 2020, para que se restrinja apenas e tão-somente a eventuais elementos que sejam objeto do presente inquérito”.

Defesa de Moro 

A defesa do ex-ministro Sergio Moro também acionou o STF e pediu que o ministro Celso de Mello mantenha a ordem de entrega das informações.

No entendimento de advogados do ex-ministro, o fato de a reunião eventualmente ter tratado de "assuntos de relevância nacional" não pode impedir que a Justiça analise a gravação na íntegra.

Depoimento

A reunião foi indicada por Moro aos investigadores, durante seu depoimento no último sábado, como prova de que Bolsonaro tentava interferir no trabalho da corporação, com o objetivo de acessar relatórios de inteligência.

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