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'Bolsonaro é maior ameaça no Brasil', alerta revista Lancet

A revista repercute o já criticado "E daí? O que quer que eu faça?" dito por Bolsonaro no dia 28 de abril, quando questionado sobre o aumento do número de mortes no País

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Agência Estado
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Publicado em 08/05/2020 às 8:32 | Atualizado em 08/05/2020 às 8:33
EVARISTO SA/AFP
POPULISTA Pensador português João Pereira Coutinho analisa o Brasil de Bolsonaro - FOTO: EVARISTO SA/AFP

Uma das mais prestigiosas publicações médicas do mundo, a "Lancet" afirma em seu editorial desta semana que a maior ameaça à resposta do Brasil aos desafios da covid-19 é o presidente Jair Bolsonaro. Com o título "Covid-19 in Brazil: 'so what?'", a revista repercute o já criticado "E daí? O que quer que eu faça?" dito por Bolsonaro no dia 28 de abril, quando questionado sobre o aumento do número de mortes no País. O texto estará disponível na edição do dia 9, mas acabou caindo nas redes mais cedo na quinta-feira (8).

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Esta é a segunda vez ao longo da pandemia que a revista critica a postura de Bolsonaro em editorial. A cobrança anterior, porém, foi mais suave. Em 27 de março, em meio a uma análise de outros líderes, foi dito que o presidente enfrentava "reação pública crescente pelo que é visto como sua fraca resposta". Agora a carga veio mais pesada.

"Ele não apenas continua a semear confusão, desrespeitando abertamente as medidas sensatas de distanciamento e bloqueio físico trazidos pelos governadores estaduais e prefeitos, mas também perdeu dois ministros importantes e influentes nas últimas três semanas", pontuou a revista, lembrando as quedas de Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, e Sérgio Moro, da Justiça.

A publicação afirma que Mandetta "foi demitido após uma entrevista na televisão, na qual criticou fortemente as ações de Bolsonaro e pediu unidade, sob o risco de deixar os 210 milhões de brasileiros totalmente confusos". A publicação pondera, no entanto, que mesmo se não houvesse esse "vácuo de ações políticas em nível federal", o País teria dificuldade em combater a covid-19. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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