Em 17 meses de Bolsonaro à frente da Presidência da República, houve nove baixas nos Ministérios. A última delas aconteceu nesta sexta-feira (15), quando Nelson Teich pediu demissão da pasta de Saúde. Em meio à crise sanitária do coronavírus, Bolsonaro já trocou três ministros (Mandetta, Moro e agora Teich).
Veja as nove mudanças do Governo Bolsonaro
As saídas estão em ordem cronológica e a data é referente ao dia da saída do governo.
Gustavo Bebianno, Secretaria-Geral da Presidência - 18 de fevereiro de 2019
O primeiro ministro a ser demitido do governo Bolsonaro foi Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral em 18 de fevereiro de 2019. Até a demissão de Teich, ele tinha sido o ministro a passar menos tempo ocupando o cargo, com 48 dias. Bebianno foi um dos principais aliados de Bolsonaro durante o período eleitoral. Ele foi demitido após desentendimentos com Carlos Bolsonaro, filho 02 do presidente e vereador do Rio de Janeiro, e também por ter tido o nome em uma investigação de candidaturas laranjas do PSL durante as eleições de 2018.
Bebianno faleceu no dia 14 de março desde ano, de infarto agudo do miocárdio. Ele deixou uma carta revelada ao Estadão, onde acusava Bolsonaro de cultivar "teorias da conspiração e ódio". Quem ocupou o lugar de Bebianno foi o general da reserva Floriano Peixoto Neto, que também não está mais no comando da pasta.
Ricardo Veléz, Ministério da Educação - 8 de abril de 2019
Dois meses depois, em abril, foi a vez de Ricardo Veléz sair do Ministério da Educação. Após se envolver em diversas polêmicas e confusões com os assessores e ser alvo de críticas dentro e fora do governo, Veléz foi demitido. Quem ocupou o seu lugar foi o atual ministro da Educação, Abraham Weitraub.
Carlos Alberto dos Santos Cruz, Secretaria de Governo - 13 de junho de 2019
No mês de junho foi a vez do general Carlos Alberto dos Santos Cruz sair da Secretaria de Governo. Foi o primeiro ministro militar a sair do governo. Santos Cruz também tinha várias divergências com Carlos Bolsonaro e era alvo de críticas de Olavo de Carvalho e seus apoiadores. Quem o ocupou a vaga no seu lugar foi o general Luiz Eduardo Ramos.
General Floriano Peixoto, Secretaria-Geral da Presidência - 21 de junho de 2019
O substituto de Bebianno, general Floriano Peixoto, que havia assumido em fevereiro, foi demitido em junho. O motivo da demissão foi uma troca para a presidência dos Correios. Quem assumiu o comando da Secretaria-Geral da Presidência foi o major da reserva da PM Jorge Antônio de Oliveira Francisco.
Gustavo Canuto, Desenvolvimento Regional - 6 de fevereiro de 2020
O presidente Bolsonaro fez uma pausa nas exonerações e realocações em 2019 e só voltou a fazer em fevereiro deste ano, quando colocou Gustavo Canuto, ex-ministro do Desenvolvimento Regional, para a presidência da Dataprev. O chefe de Estado reclamava sobre a falta de entregas dos resultados de algumas atribuições da pasta. Quem ficou no lugar dele foi o então secretário Especial do Trabalho e da Previdência, Rogério Marinho.
Osmar Terra, Ministério da Cidadania - 13 de fevereiro de 2020
Em seguida, ainda no mês de fevereiro, foi a vez de um dos nomes cotados para a substituição de Nelson Teich na Saúde, Osmar Terra. Ele foi demitido do Ministério da Cidadania após uma polêmica que envolvia a contratação de uma empresa suspeita de ser usada como laranja para desviar dinheiro dos cofres públicos. Mesmo tendo sido demitido, Terra continuou tendo boas relações com o presidente. Quem ocupou o cargo foi o então ministro da Casa Civil e atual ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.
Luiz Henrique Mandetta, Ministério da Saúde - 16 de abril 2020
Em abril, no meio de uma crise na saúde com a pandemia do coronavírus, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta foi demitido por Bolsonaro. Uma das principais causas da exoneração de Mandetta foram os vários desentendimentos com o presidente por ter vários desentendimentos com o presidente da República e principalmente por defender o isolamento social. O cargo foi ocupado pelo agora ex-ministro Nelson Teich.
Sergio Moro, Ministério da Justiça e Segurança Pública - 24 de abril de 2020
Dias depois foi a vez do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pedir demissão. Moro ficou conhecido pelo trabalho feito na Polícia Federal na Operação Lava Jato e pediu demissão também por divergências com o presidente, que tinha dado total autonomia da pasta ao então ministro, mas quis interferir no comando. O que levou Moro a pedir demissão foi a exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal do Rio de Janeiro por Bolsonaro. Sem acordo, Moro pediu demissão e fez denúncias sobre a tentativa de Bolsonaro interferir politicamente na PF. Quem ocupou o cargo foi o advogado André Luiz Mendonça.
Nelson Teich, Ministério da Saúde - 15 de maio de 2020
Na manhã desta sexta-feira (15), em menos de 30 dias no cargo, o agora ex-ministro Nelson Teich pediu para deixar o Ministério da Saúde. Ele completaria um mês no próximo domingo (17). Várias divergências com Bolsonaro levaram Teich a pedir demissão do cargo. Uma delas foi a inclusão de salão de beleza, barbearia e academia de ginástica como atividades essenciais no decreto. Teich ficou sabendo da alteração por jornalistas, enquanto concedia coletiva no Palácio do Planalto e, ao ser informado, demonstrou estar confuso e justificou que esse tipo de decisão não é atribuição do Ministério da Saúde. Também pesou para a sua saída, a discordância na mudança de protocolo para o uso da cloroquina pelo SUS para pacientes em início de sintomas do coronavírus.
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