Em meio à pandemia do novo coronavírus e após mais de 16 mil mortos pela doença, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem recebido sugestões de médicos, militares, deputados e até de um youtuber para assumir o cargo de ministro da Saúde. O presidente, por sua vez, tem dito a interlocutores que pode levar algumas semanas para a escolha do sucessor de Nelson Teich, que se demitiu na sexta-feira, 15.
Bolsonaro quer evitar o desgaste de uma nova demissão ao colocar no cargo alguém alinhado a ele em questões como uso da cloroquina e distanciamento social. A dificuldade é justamente encontrar um nome que, além de concordar com o presidente, receba o mínimo de respaldo da comunidade médica.
Até a escolha de novo ministro, o secretário executivo da Saúde, general Eduardo Pazuello, ocupa interinamente o comando da pasta.
Enquanto isso, alguns nomes se movimentam nos bastidores. A oncologista Nise Yamaguichi é lembrada desde a gestão de Luiz Henrique Mandetta (DEM), demitido em 16 de abril. Ela apoia o uso precoce da hidroxicloroquina. Nise se reuniu ontem, em Brasília, com o médico e youtuber Italo Marsili, defendido por parte da militância pró-Bolsonaro ao cargo de ministro da Saúde.
Marsili admite ser candidato ao cargo, mas disse ao Estadão que "não poderia revelar" se recebeu sondagem de algum integrante do governo. No fim de abril, o médico participou de uma "live" ao lado do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Além do youtuber, o ex-secretário de Saúde de Roraima Allan Garcês também se lançou ao posto. Ele escreveu no Twitter que não foi oficialmente sondado, mas "sabe" que seu nome já "chegou" ao Planalto.
Crítico ao distanciamento social, deputado federal Osmar Terra (MDB) também agrada a uma parte da militância de Bolsonaro. Ele atuou como ministro da Cidadania até fevereiro, quando foi dispensado pelo presidente.
Outro nome citado nos corredores do Palácio do Planalto é o do diretor de Saúde da Marinha, o vice-almirante Luiz Fróes. Desde a saída de Mandetta, no mês passado, nomes ligados às Forças Armadas passaram a ocupar cargos estratégicos na pasta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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