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Depois de esbravejar contra o STF, Bolsonaro prega respeito entre Poderes

Mais cedo, ainda nesta quinta-feira (28), o presidente da República fez uma ameaça velada ao STF dizendo: "Chega. Acabou, p****!", por conta da ação da PF contra fake news

Alice Albuquerque Estadão Conteúdo
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Estadão Conteúdo
Publicado em 28/05/2020 às 13:13 | Atualizado em 28/05/2020 às 13:29
ANTÔNIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) - FOTO: ANTÔNIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Nesta quinta-feira (28), depois de ter declarado não admitir "decisões individuais" e "monocromáticas" e ter feito um breve alerta ao Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo "chega. Acabou, p****!", o presidente da República tentou amenizar a situação pregando respeito entre os Poderes.

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Na ocasião, ele disse que não dava para admitir "mais atitudes de certas pessoas individuais", sem citar nomes. "Tomando de forma quase que pessoais certas ações", disse. "Não teremos outro dia igual ontem. Chega. Chegamos ao limite. Estou com as armas da democracia na mão", completou.

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Um dia depois da ação da Polícia Federal contra fake news, autorizada pelo STF, que mirou nos aliados do chefe de Estado, Bolsonaro cobrou respeito ao Executivo e fez um apelo para que "deixem o governo trabalhar". 

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Em sua fala em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro defendeu a liberdade de expressão, no entanto se negou a responder a perguntas dos jornalistas. O presidente afirmou que Legislativo e Judiciário precisam ser "independentes" - mas apelou para que "não mergulhem o Brasil em uma crise política".

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Bolsonaro criticou o inquérito do Supremo que apura ocorrências de fake news contra membros da Corte e disse que trabalhou até tarde no dia de ontem para contornar a situação que colocou seus aliados na mira da Polícia Federal.

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Ele destacou que a democracia é "sagrada" e disse, de forma exaltada, que busca a "paz, harmonia, independência e respeito". "A democracia é algo sagrada e admite que todos estejam preocupados com ela. Não basta apenas um ou dois Poderes se preocupar, todos devem se preocupar com ela (sic)", disse.

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Bolsonaro se dispôs a conversar com os chefes de cada Poder, citando o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o ministro Luiz Fux, do STF, que responde interinamente pela Corte.

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O chefe de Estado sugeriu, ainda, sem detalhar nomes, que querem o tirá-lo da "cadeira" de presidente. "Inventar factóides e fake news contra a minha pessoa para me tirar da minha cadeira: não vão tirar", disse.



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