A maioria da população reprova a iniciativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em negociar cargos e verbas com o centrão, bloco de partidos com mais de 10 legendas e cerca de 230 representantes. A pesquisa foi feita pelo Instituto Datafolha, do jornal Folha de S.Paulo.
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Nas últimas semanas, o presidente promoveu uma aproximação com legendas do centrão para ampliar seu apoio no Congresso. Partidos como PP, PL e Republicanos estão gerenciando a distribuição de cargos da administração federal para atrair siglas menores à base governista no Congresso.
Bolsonaro nomeou indicados do Avante e do PSC para os cargos de diretor do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) e para a superintendência de trens urbanos do Recife, respectivamente.
Cerca de 67% dos 2.069 entrevistados na segunda (25) e na terça-feira (26) em todo o país consideram erradas as negociações com os congressistas, ante 20% que entendem que o presidente age bem.
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Por causa da pandemia do novo coronavírus, as entrevistas foram feitas por telefone.
O Datafolha concluiu que a reprovação ao comportamento do presidente tende a ser maior entre jovens de 16 a 24 anos e entrevistados com ensino superior nas duas perguntas sobre o assunto.
Entre eleitores
As taxas se invertem entre os que disseram ter votado em Bolsonaro em 2018. 40% consideram que o presidente está cumprindo a promessa, ante 42% que veem descumprimento do anunciado na época.
Promessa de campanha
Napesquisa, 64% dos entrevistados também entende que Bolsonaro não está cumprindo a promessa da campanha eleitoral de 2018 de não oferecer vagas no governo e a liberação de recursos para obter apoio no Congresso. Acham que ele está cumprindo a promessa 29%, e 8% não souberam responder.
Na disputa eleitoral, o atual presidente costumava falar em acabar com o que chama de "velha política", moldada no "toma lá dá cá", ou seja, negociação de cargos cobiçados de segundo e terceiro escalão por caciques partidários para manter seu grau de influência em Brasília e nos estados, e a consequente obtenção de uma base de apoio mínima no Congresso para, mais do que aprovar projetos de seu interesse, evitar a abertura de um possível processo de impeachment.
Para afastar Bolsonaro da cadeira presidencial, são necessários ao menos 342 dos 513 deputados, além de um clima propício à destituição - economia em enfraquecida e manifestações nas ruas, por exemplo.
de segundo e terceiro escalão da máquina federal
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