Apoiadores bolsonaristas foram suspensos do Twitter nesta sexta-feira, 24, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo informou a plataforma.
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As contas do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), dos empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury, da extremista Sara Giromini e do blogueiro Allan dos Santos estão fora do ar no Brasil.
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O bloqueio temporário das contas foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito das fake news - que apura notícias falsas, ofensas e ameaças contra autoridades. A medida foi justificada pela necessidade de 'interromper discursos criminosos de ódio' e solicitada ainda em maio, quando aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram alvo de buscas em operação da Polícia Federal.
Influenciadores
O blogueiro Allan dos Santos foi identificado pela Polícia Federal como um dos 'influenciadores' do esquema de divulgação de ofensas e fake news contra o Supremo.
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Segundo os investigadores, foi detectada a existência de um 'mecanismo coordenado de criação e divulgação' das mensagens contra ministros. Os perfis de influenciadores utilizavam seus seguidores para criar hashtags que atacassem o STF, para só então reproduzi-las em suas contas. Dessa forma, ficaria seguros de que não foram eles os responsáveis pela criação das hashtags
A PF identificou indícios que as publicações sejam disseminadas por meio de robôs com o objetivo de atingir número expressivo de leitores - o mecanismo seria financiada por empresários 'de maneira velada'.
Busca no Twitter entre 7 a 11 de novembro do ano passado identificou publicações que utilizavam termos de ataques contra a corte, como #STFVergonhaNacional e #STFescritóriodocrime, além dos nomes dos ministros e palavras-chaves como Impeachment e Supremo.
Em comum, ao menos onze perfis 'influcienciadores' que se seguem foram identificados, incluindo Allan dos Santos.
Um dos exemplos citados pela PF ocorreu no dia 07 de novembro, quando os 'influenciadores' iniciaram ataques dizendo que o STF é 'uma vergonha', clamando por impeachment contra os ministros, mas sem utilizar a hashtag #ImpeachmentGilmarMendes.
A hashtag foi criada por seguidores dessas contas, que passaram a responder os perfis 'influenciadores' utilizando o termo. Somente no dia 11 de novembro que dez dos onze perfis investigados passaram a utilizar a hashtag para impulsionar o ataque, de forma a alcançar o 'trend topics' (assuntos mais comentados) do Twitter.
"Assim, os perfis influenciadores não apareciam como criadores da hashtag que simboliza o ataque", aponta a PF.
Empresários
O dono da rede de lojas de departamento Havan, Luciano Hang, é suspeito de participar do núcleo financeiro supostamente responsável pelo impulsionamento de vídeos e materiais 'contendo ofensas e notícias falsas com o objetivo de desestabilizar as instituições democráticas e a independência dos poderes'.
Empresários do grupo autodenominado 'Brasil 200 Empresarial' são suspeitos de pagar pela divulgação dos conteúdos nas redes sociais.
COM A PALAVRA, O EMPRESÁRIO OTÁVIO FAKOURY
Nesta sexta-feira (24), o empresário Otávio Fakhoury foi surpreendido com a suspensão de suas contas em redes sociais. De acordo com o advogado João Manssur, que representa Fakhoury, a medida é desproporcional e contrária ao princípio da liberdade de expressão.
O advogado havia impetrado Habeas Corpus contra ato praticado pelo Ministro Alexandre de Moraes relator do inquérito das "fake news" por suspensão de contas em redes sociais.
O Procurador Geral da República, Augusto Aras, opinou pela concessão da ordem pleiteada para que seja desbloqueado os perfis de Fakhoury das redes sociais.
Porém, hoje (24/07), os perfis em redes sociais de Fakhoury foram bloqueados.
"A medida de bloqueio acarreta verdadeira censura por impedir a manifestação do pensamento de Fakhoury, garantida pelo amplo sistema de liberdade de expressão consagrado pela Constituição Federal. O próprio STF já conferiu entendimento no sentido de que a liberdade de expressão goza de certa posição preferencial. Gritante a violação ao direito de Fakhoury à livre manifestação de seu pensamento com o bloqueio de contas das redes sociais, uma verdadeira censura", afirma o advogado João Manssur.
Nota
O Facebook e o Twitter se posicionaram por meio de notas curtas. "O Facebook respeita o judiciário e cumpre ordens legais válidas", escreveu o primeiro e "O Twitter agiu estritamente em cumprimento a uma ordem legal proveniente de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF)", disse o segundo.
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