Eleição municipal

Eleição municipal pode apontar os caminhos do pleito de 2022, avalia o cientista político Antonio Lavareda

Nas eleições de 2016, prefeitos conseguiram se eleger com discurso da antipolítica e esse ciclo pode continuar

JC
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Publicado em 01/09/2020 às 10:39 | Atualizado em 01/09/2020 às 10:39
José Cruz/ Agência Brasil
Antonio Lavareda concedeu entrevista à Rádio Jornal. - FOTO: José Cruz/ Agência Brasil

O cenário nacional pode afetar as eleições municipais de 2020 e respingar no pleito de 2022. Esta é a avaliação do cientista político Antonio Lavareda, que concedeu entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta terça-feira (1º). 

"Toda eleição municipal no Brasil e em outros países, como são intermediárias, no meio do ciclo da Presidência, do Congresso e das Assembleias, tem teor de nacionalização. Elas insinuam, apontam, em alguma medida para o que pode vir à frente (em 2022)", afirmou Lavareda.

Com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, num forte tom contra a política tradicional, a eleição de 2020 pode ser um termômetro de quanto esta pauta pode influenciar no próximo pleito. "A eleição de 2018 já havia sido antecipada em 2016, pois você tinha ingredientes como crise, radicalização, o sentimento da antipolítica elegendo prefeitos de capitais como João Doria e Alexandre Kalil, que diziam ser antipolíticos. Creio que continua um ciclo", afirmou.

Outras eleições tiveram forte tom de nacionalização, lembra o cientista político. "Tivemos eleições municipais muito nacionalizadas, como a de 1988, o País estava vivendo o último ano da Constituinte, tinha ocorrido o plano cruzado 2 e o PMDB era visto como responsável por um processo de estelionato eleitoral. Então houve uma forte recusa ao partido. Depois, a de 2008, com a maior taxa de reeleição da historia 67% e nas capitas chegando a 95%", apontou.

Livro

Antonio Lavareda ainda falou sobre seu novo livro, “Eleições Municipais, novas ondas na política”. Escrito em parceria com Helcimara Telles pela editora FGV (e-book e impresso – 368 páginas). O exemplar conta com trinta e três autores, que assinam 14 capítulos da coletânea. Professores, pesquisadores e avaliadores que fazem parte de 29 instituições de ensino e pesquisa do Brasil, Alemanha, Bolívia e Espanha.

As análises contidas no volume, o último de uma trilogia sobre eleições municipais, abordam as novas ondas na política, o aguçamento da crise de representação, o surgimento de novos partidos, a derrota de legendas tradicionais, o crescimento das alternativas identitárias, a radicalização ideológica e o acirramento da polarização, estimulada pelas mídias sociais.

Na próxima terça-feira (8), às 18h, será realizada uma transmissão ao vivo, com a participação de Lavareda e Helcimara debatendo assuntos abordados no livro, na página do Grupo de Opinião Publica da UFMG.

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