A conta oficial do presidente
Jair Bolsonaro no Twitter trouxe nesta sexta-feira, 30, o aval a uma postagem do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ferrenho adversário do governo. Em um deslize digital, uma publicação do deputado foi retuitada por Bolsonaro no fim da manhã.
O post foi logo em seguida apagado e, depois, republicado com acréscimo de um vídeo da passagem de Bolsonaro pelo Maranhão, onde o chefe do Executivo aparece sem máscara cumprimentando pessoas aglomeradas.
A publicação de Pimenta foi feita nesta quinta-feira, 29, pela manhã e trazia vídeo do presidente durante evento em homenagem ao Dia do Servidor, ocorrido na última quarta-feira, 28. "Vejam o 'prestígio' do Bozo ontem no final da solenidade no Planalto... Ninguém quer chegar perto", diz a publicação do deputado.
No vídeo de 14 segundos é possível ver Bolsonaro parado no centro, enquanto autoridades se movimentam ao seu redor. Até o início da tarde desta sexta-feira, 30, a postagem já contava com mais de 3,6 mil curtidas e mais de 590 retuítes, além de 360 tuítes em resposta. Questionada sobre o motivo de a publicação ter sido apagada, a Secretaria Especial de Comunicação Social não respondeu.
Em maio deste ano, Bolsonaro afirmou ao jornalista Magno Martins que seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), é um dos principais responsável por gerenciar suas mídias sociais. "É o meu filho Carlos que basicamente conduz (a minha mídia social)", disse o presidente, em entrevista no dia 19 de maio.
Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, ontem, Bolsonaro comentou que Carlos foi um dos responsáveis por sua campanha eleitoral, em 2018, e pediu votos para o filho, que está disputando mais um mandato ao cargo de vereador no Rio.
"Carlos Bolsonaro foi um dos que fez (sic) toda mídia por ocasião da minha campanha. Trabalha igual um condenado nas mídias sociais. É meu filho, né? Sou suspeito para falar dele", afirmou. O presidente pediu votos para a reeleição de Carlos, sob o argumento de que o filho vai continuar a ajudá-lo em Brasília.
"Quem puder colaborar, quem não tiver candidato ainda, ajude aí o Carlos Bolsonaro a ser reeleito, que vai continuar me ajudando bastante aqui em Brasília. Vira e mexe ele leva pancada da imprensa. Por que? Porque me ajuda. Se ele me atrapalhasse, não levaria pancada", afirmou o presidente.
A atuação do filho "02", porém, já rendeu embaraços políticos para o presidente. Em outubro do ano passado, por exemplo, Bolsonaro precisou pedir desculpas públicas por um vídeo divulgado no Twitter, que comparava instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) a hienas. O vídeo foi excluído. À época, Carlos negou ser o autor da postagem, apesar de informações que indicavam o contrário.
Na mesma ocasião, o vereador também chegou a se desculpar por outra publicação, feita na conta do pai, em defesa da prisão após condenação em segunda instância. Carlos argumentou ter feito a postagem "sem a autorização do Presidente". "Me desculpem a todos! A intenção jamais foi atacar ninguém", disse ele.