RACISMO

'Sou daltônico: todos têm a mesma cor', diz Bolsonaro no Dia da Consciência Negra

Sem citar o assassinato de João Alberto, ocorrido na véspera em Porto Alegre, o presidente escreveu uma série de mensagens no Twitter em que não reconhece o racismo estrutural brasileiro

JC
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Publicado em 21/11/2020 às 9:25
ISAC NÓBREGA/PR
Líderes religiosos acusam o presidente de agravar a crise do coronavírus - FOTO: ISAC NÓBREGA/PR

O Dia da Consciência Negra já estava chegando ao fim nesta sexta-feira (20) quando o presidente Jair Bolsonaro resolveu se pronunciar. Através de sua conta no Twitter, falou a respeito da desigualdade socioeconômica no Brasil, mas negou que a mesma seja causada pelo racismo estrutural.

"Somos um povo miscigenado. Brancos, negros, pardos e índios (...) Foi a essência desse povo que conquistou a simpatia do mundo. Contudo, há quem queira destruí-la, e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre classes, sempre mascarados de "luta por igualdade" ou "justiça social", tudo em busca de poder", escreveu.

Sem fazer alusão direta ao assassinato de João Alberto Silveira de Freitas, homem negro morto por dois seguranças em um Carrefour de Poro Alegre na noite de quinta (19), Bolsonaro minimizou o racismo e justificou-se a partir de um ponto de vista pessoal.

"Não nos deixemos ser manipulados por grupos políticos. Como homem e como Presidente, sou daltônico: todos têm a mesma cor", tweetou. Encerrando a série de mensagens, ele ainda deu a entender que quem aponta para o racismo e busca lutar contra o preconceito secular instiga "o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história. Quem prega isso, está no lugar errado. Seu lugar é no lixo!."

As reações dos internautas nos comentários das postagens presidenciais foram inúmeras e variadas. Muitos concordaram com sua visão e demonstraram seu apoio. "Belas palavras presidente! Muito orgulho de termos uma pessoa integra e honesta nos representando!", aprovou um internauta.

Mas diversos outros apresentaram contrapontos e lembraram de momentos em que o próprio Bolsonaro proferiu violência. "Lembra dele falando 'vamos fuzilar a petralhada?' isso não é instigar o ódio?", escreveram.

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