Eleições 2020

TSE registra 264 crimes de violência contra candidatos desde janeiro; Barroso destaca ação contra mulheres

O presidente do TSE Luís Roberto Barroso destacou o aumento de mulheres na política

Agência Brasil Alice Albuquerque
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Alice Albuquerque
Publicado em 24/11/2020 às 17:21 | Atualizado em 24/11/2020 às 18:10
Marcello Casal JrAgência Brasil
Fachada do edifício sede do STF - FOTO: Marcello Casal JrAgência Brasil

Somente neste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabilizou 264 crimes de violência contra candidatos e pré-candidatos nas eleições municipais 2020. Desse total, chega a 100 o número de homicídios consumados ou tentados.

Os números do levantamento parcial foram apresentados nesta terça-feira (24) pelo presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, e representam um aumento de cinco vezes em relação ao registrado no mesmo período de 2016, ano das eleições municipais anteriores, quando foram registrados 46 crimes de violência contra candidatos.

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Vale lembrar que, em novembro de 2016, o segundo turno das eleições já havia ocorrido. Neste ano, devido ao adiamento da votação provocado pela pandemia do novo coronavírus, o segundo turno será realizado apenas em 29 de novembro.

Os dados incluem ocorrências registradas antes da confirmação das candidaturas, em setembro deste ano. Nesses casos, foram contabilizados crimes contra pessoas que se declaravam dispostas a concorrer a eleição.

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Em um pronunciamento divulgado nesta terça-feira (24), Barroso destacou como ponto de atenção o aumento dos crimes contra candidatos nas eleições deste ano, e comentou que os crimes eleitorais até diminuíram, como boca de urna, compra de votos e transporte ilegal de eleitores. "Mas crimes como homicídios, tentativa de homicídio e ameaças relativamente a candidatos aumentaram. A violência é incompatível com a democracia. É preciso jogar limpo e civilizadamente e os órgãos de segurança pública estão vigilantes em relação ao crime organizado", disse.

Violência contra mulheres na política

Em pronunciamento para divulgação de balanço da violência, Barroso destacou q violência física ou moral contra as mulheres "pelo simples fato de serem mulheres é inaceitável" e disse que o ato é covardia. "Esse tipo de atitude, de comportamento é pior do que machismo".

De acordo com Barroso, as eleições de 2020 contaram com o aumento de mulheres ocupando cargos; com as eleitas no primeiro turno, além das mais de 50 mulheres candidatas a prefeitas e vice-prefeitas no Brasil que disputam o segundo turno. Na ocasião, Barroso exaltou a importância de mais mulheres na política. "Precisamos derrotar essa cultura do atraso, da discriminação, do preconceito e das agressões às mulheres. Precisamos de mais mulheres na política, elas podem, e o Brasil precisa", pontuou.

Homicídios e ameaças

De acordo com as informações do TSE, dos 100 homicídios tentados ou consumados contra candidatos desde janeiro, 67 ocorreram somente em outubro e dezembro, quando todas as candidaturas já estavam confirmadas pelos partidos.

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Desde janeiro, 45 candidatos e pré-candidatos foram assassinados, 12 dos quais entre outubro e novembro. A maior parte dos casos ocorreu no Sudeste.

Em relação às ameaças, foram 146 registros desde janeiro até o momento, 109 dos quais entre outubro e novembro. Também desde o início do ano, o TSE contabilizou 18 crimes de lesão corporal conta candidatos e pré-candidatos.

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