ELEIÇÕES 2020

Tio de João, bolsonarista Antonio Campos declara apoio a Marília Arraes no Recife

Antonio Campos afirmou que Marília representa o legado do seu avô, o ex-governador Miguel Arraes (PSB)

JC
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Publicado em 25/11/2020 às 16:06 | Atualizado em 25/11/2020 às 16:30
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Antônio Campos já foi filiado ao PSB e ao Podemos - FOTO: Divulgação

Mais divisão nos descendentes do ex-governador Miguel Arraes. O tio bolsonarista de João Campos (PSB), o advogado e presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antonio Campos (PRTB), declarou que se "votasse em Recife, embora tenha grandes discordâncias com o PT, votaria na pessoa de Marília Arraes (PT), em homenagem ao meu avô, Miguel Arraes". Segundo ele, Marília representa o legado de Miguel Arraes de Alencar por "semelhança de ideias e postura". Antonio é irmão do ex-governador Eduardo Campos, pai de João Campos, que está disputando o segundo turno para a Prefeitura do Recife com a candidata petista. O advogado vota em Olinda.

O partido de Antonio Campos, o PRTB, não está apoiando candidato neste segundo turno na capital pernambucana. Ao ser questionado por que a família se dividiu tanto politicamente depois da morte de Eduardo, Antonio Campos respondeu: "A morte prematura e inesperada do meu irmão, Eduardo Campos, deixou um vácuo enorme de comando de poder. E Renata Andrade Lima tem um projeto de poder que exclui qualquer pessoa que não se submeta aos seus caprichos e que não seja por ela comandado. Eduardo vivo equilibrava o jogo político". Renata é a viúva de Eduardo Campos.

Para Antonio Campos, Renata e Geraldo Julio são "o núcleo do poder, no Recife e mesmo no Estado. "É bom para a democracia que haja alternância de poder. O PSB está com fadiga de material e o Recife está com ventos de mudança. As bandeiras políticas do histórico PSB foram trocadas por uma visão muito pragmática da política e da vida", argumentou Campos. E acrescentou: "A eleição do Recife não é uma briga de família. É uma briga de valores e de projetos. É a visão política de Arraes contra a visão pragmática do PSB, pós Eduardo. A eleição de Marília repara uma grave injustiça, reacende de forma correta o legado de um homem justo, Arraes".

E a candidatura de João Campos ? "Nunca estive próximo a tal candidatura. Não apoio o projeto de poder capitaneado por Renata Andrade Lima e Geraldo Julio. O PSB, esse dessa senhora e seus subordinados, é um partido de traidores. Estavam juntos com Lula. Estiveram com Aécio. Escondem agora tudo embaixo do tapete na tentativa de enganar o eleitor recifense", respondeu.

O distanciamento de Antonio Campos com o núcleo mais próximo da família do ex-governador Eduardo Campos também passou pela disputa de Antonio Campos, então no PSB, a prefeitura de Olinda em 2016. Ele foi para o segundo turno, não contou com o apoio do núcleo do PSB e perdeu a eleição. "Não esperavam que eu chegasse ao segundo turno e, nessa fase, intensificaram, sem cerimônias, um forte trabalho para me derrotar eleitoralmente. Fui traído e perseguido", contou Antonio, se referindo à eleição de 2016.

Nas eleições de 2018, Antonio Campos votou no então candidato a presidente Jair Bolsonaro no segundo turno. "Foi um voto de ruptura, para se criar um novo ciclo. Entendo que o Governo Bolsonaro tem feito avanços no Brasil. O maior inimigo da democracia é a corrupção. O Governo Bolsonaro tem sido combativo nesse assunto. O auxílio emergencial durante a pandemia tem salvado vidas. O presidente tem enviado verbas para os municípios e Estados. Só para Recife, foram enviados R$ 3 bilhões para o combate à Covid-19. Infelizmente, várias aquisições da Prefeitura do Recife, na gestão de Geraldo Julio (PSB), têm sido alvo de questionamentos, processos e operações da Polícia Federal", comentou. A entrevista acima ocorreu por escrito pelo Whats App.

 

 

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