POLÊMICA

Bolsonaro nega que já tenha chamado covid-19 de "gripezinha"; veja vídeos que comprovam que ele já usou o termo

Presidente ainda culpou a mídia por acusá-lo de ter usado o termo

Thalis Araújo
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Thalis Araújo
Publicado em 26/11/2020 às 23:25 | Atualizado em 26/11/2020 às 23:31
REPRODUÇÃO
Live semanal do presidente Bolsonaro - 26/11/2020 - FOTO: REPRODUÇÃO

Durante sua live tradicional, nesta quinta-feira (26), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), fez uma afirmação equivocada, ao dizer que não se referiu à covid-19 como uma "gripezinha". Depois de dizer isso, o presidente ainda alegou que foi a "grande mídia" que o acusou de utilizar o termo. Bolsonaro ainda lançou um desafio: "não existe um vídeo ou um áudio meu falando dessa forma".

>> Gripezinha, histórico de atleta e aglomerações: a cronologia de Bolsonaro até contrair o coronavírus

"Eu falei lá atrás que, no meu caso, pelo meu passado de atleta, não generalizei, se pegasse covid não sentiria quase nada. É o que eu falei. O pessoal da mídia, grande mídia, falando que chamei de gripezinha a questão do covid. Não existe um vídeo ou áudio meu falando dessa forma. Eu falei pelo meu estado atlético, minha vida pregressa", disse o presidente no Alvorada.

O chefe do Executivo fez o comentário após citar estudos de universidades brasileiras que sugerem risco 34% menor de internação em pacientes que praticam atividades físicas com frequência.

"Nunca fui sedentário e disse que, se o vírus um dia chegasse em mim, não sentiria quase nada pelo meu passado de atleta. O pessoal foi para a gozação, falaram que eu estava menosprezando as mortes, zombando", completou.

Bolsonaro já usou o termo...

Embora o presidente tenha negado o termo, ele usou a palavra "gripezinha" se referindo à doença provocada pelo novo coronavírus em diversas declarações públicas, como, por exemplo, no dia 20 de março, quando, no fim de uma entrevista coletiva sobre a covid, o chefe do Executivo disse: "Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, tá ok? Se o médico me recomendar um novo exame, eu farei. Caso contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presente."

Já durante um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, no dia 24 de março, Bolsonaro exaltou seu "histórico de atleta" e usou o termo mais uma vez, além de definir a covid também como um "resfriadinho". "No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão", disse o presidente à época.

'Máscara é o último tabu a cair', diz Bolsonaro

Na mesma live, Jair Bolsonaro pôs em xeque o uso da máscara como proteção à covid, alegando que o uso do utensílio protetor será o "último tabu a cair".

"A questão da máscara, ainda vai ter um estudo sério falando sobre a efetividade da máscara... é o último tabu a cair", disse durante o vivo. Mas vários estudos científicos comprovam a eficácia do uso de máscara para diminuir as chances de contágio.

Confira o vídeo

Hidroxicloroquina também foi citada

Bolsonaro também ressuscitou os debates acerca da hidroxicloroquina, ao falar de um estudo sobre o remédio, que ele insiste em recomendar para o combate à doença, mesmo sem embasamento científico. O presidente disse que o medicamento não causaria arritmia.

>> Estudo da OMS aponta que remdesivir e hidroxicloroquina não funcionam contra a covid-19

Porém, o texto citado vai de encontro a pesquisas e posição de especialistas, que alertam sobre os riscos da administração do remédio, entre eles a possibilidade do surgimento de problemas cardíacos.

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Bolsonaro mencionou a pesquisa para questionar estudos científicos sobre efeitos colaterais da hidroxicloroquina. Depois, o chefe do Executivo questionou a eficácia do uso de máscaras para conter a covid-19.

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