Yves Ribeiro de Albuquerque (MDB), de 72 anos, foi eleito prefeito de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), neste domingo (29). Às 18h40, quando 100% das urnas foram apuradas, o emedebista se viu escolhido por 83.858 eleitores, o que representa 57,52% dos votos válidos e venceu Francisco Padilha (PSB), que terminou a disputa com 42,48%, equivalente a 61.931 votos. O segundo turno da eleição em Paulista ainda teve 21,73% de abstenção, 4,16% votos brancos e 9,95% votos nulos.
"Ganhamos, as crianças especiais, os idosos, os jovens, os trabalhadores, os pescadores, os estudantes, enfim, todos os paulistenses saíram vitoriosos dessa luta. Foi difícil, a briga contra a corrupção foi árdua, mas vencemos", escreveu Yves em suas redes sociais após o resultado da eleição.
Esta será a terceira vez que Yves assumirá a prefeitura de Paulista. Antes, ele governou a cidade entre 2005 e 2012. Além disso, Yves tem uma longa história na política, pois também foi prefeito, por duas vezes, das cidades de Igarassu e Itapissuma, também no Grande Recife.
Para disputar a eleição deste ano, Yves teve de se desfiliar do PSB, partido pelo qual trilhou a carreira política, mas que preferiu lançar Padilha como candidato em 2020. Sem espaço no partido, Yves encontrou no MDB, partido que tem Raul Henry como presidente estadual, uma porta para entrar no pleito. Assim, ele correu atrás de aliados, teveDido Vieira (MDB) como candidato a vice-prefeito, e acabou contando com três partidos na pequena coligação "Pra Paulista ser feliz": Rede, PV e o próprio MDB.
Ribeiro ainda teve de superar um obstáculo judicial para nestas eleições. Ele conseguiu reverter a impugnação de sua candidatura pela Justiça Eleitoralemitida em 16 de outubro deste ano, que afirmava que Yves, enquanto prefeito de Paulista, foi responsável pelas verbas federais recebidas e teve as contas julgada irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU) durante a gestão de 2005-2008.
Durante a campanha Yves Ribeiro destacou sua experiência, inclusive, no último debate da Rádio Jornal com os candidatos em Paulista antes do segundo turno, ele ressaltou seus outros mandatos como prefeito.“Estou preparado, tenho uma longa história, fui vereador em 1976, duas vezes prefeito de Igarassu, duas vezes de Itapissuma e duas vezes de Paulista. Em Paulista, começamos com 28 postos de saúde, hoje são 15, vamos reabrir. Conseguimos trazer o Hospital Miguel Arraes, vamos trazer a maternidade que o povo quer, trazer uma Upa 24 horas para as praias, vamos reabrir o centro de crianças especiais, que foi fechado na atual gestão. Vamos fazer o centro para tratamento de animais e voltar a construir casas, eu construí três mil casas e a população pede o desenvolvimento da cidade”, disse Yves Ribeiro na ocasião.
Aliados
Aliados do prefeito eleito usaram as redes sociais para parabenizá-lo e celebrar a sua vitória. O deputado federal Raul Henry (MDB), por exemplo, publicou um storie no início da noite no qual comemorava o resultado do segundo turno em Paulista. "Parabéns, Yves Ribeiro", disse.
No Instagram, o deputado estadual Guilherme Uchôa Jr. (PSC) afirmou que, com a eleição do emedebista, "o progresso e o desenvolvimento" retornarão à cidade. "O povo de Paulista agora vai voltar a ser protagonista da sua própria história! Nossa querida Paulista vai voltar a sorrir ao lado de Yves Ribeiro e Dido Vieira. O progresso e o desenvolvimento tomarão de volta o seu lugar! Agora é Yves!", declarou o parlamentar.
No perfil do MDB-PE na mesma rede social, o partido agradeceu aos mais de 80 mil eleitores de Paulista que votaram no seu candidato e afirmou que, a partir de 1º de janeiro de 2021, a cidade voltará a avançar. "Parabéns, Paulista! 83.858 pessoas decidiram avançar! Agora é Yves Ribeiro e Dido Vieira!".
O vice-prefeito eleito Dido Vieira também comemorou. "Hoje, esse dia histórico é coroado com a vitória do povo. A onda verde tomou conta dos quatro cantos da cidade. Contra a corrupção e pela vontade de mudança. Só deu 15 na cabeça e Yves no coração, com a certeza de dias melhores para Paulista", escreveu nas redes sociais.
Francisco Padilha
Candidato da sucessão, Francisco Padilha se viu derrotado nas urnas mesmo com uma coligação de doze partidos. Um dos fatores que pode ter afetado a campanha do socialista foi a instabilidade política no município impactou na campanha. A cidade vivenciou em 2020 afastamentos e retornos do atual prefeito Júnior Matuto, aliado de Padilha. No último dia 19 de novembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli determinou a volta de Matuto à prefeitura. É a segunda vez que o STF decide reintegrar o prefeito, depois de afastamentos causados por investigações de crimes como peculato e lavagem de dinheiro.
Ainda assim, Padilha avaliou, em nota, que sua campanha foi vitoriosa e disse que não desistirá de Paulista. "Nossa campanha foi linda demais. Cheia de projetos incríveis para transformar Paulista e com o apoio do povo, que me encheu de orgulho. Orgulho de ser filho dessa terra e viver, todos os dias, os seus avanços, mas sem ignorar tudo que precisa de atenção. Obrigado por sentir e partilhar esse amor roxo que se espalhou por toda cidade. Não vamos parar por aqui! Vamos seguir, incansavelmente, com novas ideias, disposição e coragem para fazer uma Paulista diferente! Não vamos desistir de Paulista. Aos nossos militantes que pegaram no serviço incansavelmente, muito obrigado", agradeceu o candidato.
Esta foi a primeira disputa eleitoral de Francisco Padilha, que é advogado. O candidato já trabalhou na gestão do próprio Yves Ribeiro, quando este foi prefeito, em seguida foi escolhido secretário de Assuntos Jurídicos por Júnior Matuto, para seu primeiro mandato, em 2013, e, no segundo mandato, se tornou chefe de gabinete do prefeito. Ele também chegou a ficar responsável pela Secretaria de Políticas Sociais e Esportes por um período em 2019.
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