Atualizada às 19h38
Um dia depois de se encontrar com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em Brasília, o prefeito eleito do Recife, deputado federal João Campos (PSB), esteve em São Paulo, nesta quinta-feira (10), onde realizou agendas reservadas para tratar da vacinação contra a covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. O socialista foi ao Instituto Butantan para conhecer detalhes da Coronavac. A instituição está montando uma linha de produção própria para a vacina em parceria com uma entidade chinesa que detém a tecnologia do imunizante.
"Aqui, a gente pôde fazer uma reunião e discutir como a cidade do Recife, com o comitê que será criado, pode fazer parceria, caso necessário, com o instituto Butantan para poder viabilizar um instrumento que proteja as pessoas do Recife e que tenha a disponibilidade, a partir do momento que for liberada a vacina", explicou João Campos.
No Butantan, o prefeito eleito conversou com o professor Raul Machado Neto, que é diretor de Estratégia Institucional da entidade. "Os próximos dias e os próximos meses serão de muito diálogo e de ação. O nosso comitê vai dialogar com o Ministério da Saúde, vai dialogar com o Butantan e vai dialogar com todas as alternativas possíveis para garantir que o Recife largue na frente e proteja as nossas pessoas”, apontou o futuro chefe do Executivo municipal.
São Paulo saiu na frente na questão da vacinação. O governo do Estado divulgou, na última segunda-feira (7), seu plano de vacinação contra a covid-19. O plano mostra como funcionará a vacinação no estado, caso a CoronaVac, que vem sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac, seja aprovada nos testes de eficácia, cujos resultados devem ser divulgados ainda na primeira quinzena deste mês.
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A vacina será administrada em duas doses e, segundo o governador João Doria (PSDB), aplicada gratuitamente no estado. O plano prevê que, na primeira fase de aplicação da vacina, serão imunizados os profissionais da área da saúde, indígenas, quilombolas e idosos acima de 60 anos, público que soma 9 milhões de pessoas em São Paulo e que é responsável por até 77% das mortes provocadas pelo novo coronavírus.
Ministério da Saúde
No Ministério da Saúde, João Campos buscou entender o papel que a Prefeitura do Recife deverá cumprir na imunização da população. "Chegando no Ministério da Saúde para conversar com Pazzuelo e ouvir sobre os planos de vacinação do coronavírus. Vamos entender o papel do ministério e entender o que a gente vai fazer enquanto cidade. Teremos disposição de fazer nossa parte para garantir vacinação e imunização das pessoas. Vamos, desde a transição, trabalhar para a partir de janeiro, o que for de responsabilidade do município, seja feito", afirmou o socialista nas redes sociais nessa quarta-feira (9).
Acabei de ser recebido pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e por sua equipe técnica, aqui em Brasília, para discutirmos como será o processo de imunização contra o novo coronavírus no Recife. + (segue o fio) #COVID19 #VacinaNoBrasil pic.twitter.com/4axc2bAGu9
— João Campos (@JoaoCampos) December 9, 2020
O prefeito eleito anunciou, já na transição de gestão, um comitê para otimizar o processo de vacinação em uma eventual aquisição de vacina e um plano de priorização das faixas de risco. "O nosso comitê, que não terá impacto financeiro para o poder público, contará com a participação de médicos, professores e pesquisadores, todos especialistas na área sanitária", escreveu João nas redes sociais.
Bolsonaro
Quando anunciou Plano Estadual de Imunização (PEI), Doria teve como alvo durante seu discurso o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). "Triste o Brasil que tem um presidente que não tem compaixão pelos brasileiros, que abandonou o Brasil e os brasileiros", declarou Doria. "Não estamos fazendo negacionismo nem protelando o que pode ser feito de imediato", disse o tucano.
Doria é um dos cotados para enfrentar Bolsonaro na disputa pela Presidência em 2022, mas o governador vem rejeitando acusações de contexto político relacionado à vacina. Ainda assim, ele aproveitou seu discurso sobre a vacina para falar a "todos os brasileiros". "Todo e qualquer brasileiro que estiver em solo do estado de São Paulo e pedir vacina receberá vacina gratuitamente. Não precisará comprovar residência. Fazemos parte do Brasil, respeitamos todos brasileiros e aqui vacinaremos todos que precisarem", declarou o governador.
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