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Novo líder da oposição da Alepe, Antonio Coelho muda perfil de atuação da bancada

Bancada da oposição tem conseguido evitar votação unânime a favor do governo

Luisa Farias
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Luisa Farias
Publicado em 19/12/2020 às 23:39
SABRINA NÓBREGA/ALEPE
COELHO Antonio defendeu que oposição lance um nome só ao governo - FOTO: SABRINA NÓBREGA/ALEPE
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O biênio 2021-2022 ainda não começou na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), mas a oposição já está se reorganizando, com uma nova liderança, para atuar em bloco, o que pode inclusive impactar nas articulações em torno da eleição de 2022. O deputado Antonio Coelho (DEM) assumiu a liderança da bancada no lugar de Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB), e promete não dar descanso para o Executivo e a bancada governista. 

"O democratas já tinha se colocado como oposição ao PSB e a votação expressiva de Mendonça Filho, coloca o DEM como o contraponto da atual administração de Pernambuco. Outras legendas da direita e da centro direita devem alinhar a mesma estratégia", afirma p cientista político Alex Ribeiro.

Deputado de primeiro mandato, Antonio Coelho (DEM) é descrito por colegas como de perfil técnico, regimentalista, diferentemente do agora ex-líder, Marco Aurélio, que confirmou na semana passada que iria migrar para a base do governo.

Marco Aurélio tinha um perfil mais combativo. Era um crítico ferrenho das gestões do governador Paulo Câmara (PSB) e do prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB). Uma das marcas da sua passagem pelo cargo foi a Blitz da Oposição, uma frente de fiscalização de equipamentos públicos, formato parecido com o Pernambuco de Verdade, do líder anterior, Silvio Costa Filho (Republicanos). 

"Eu particularmente achei muito importante o processos de renovação e essa ida de Antonio (para a liderança). Eu acho que é uma questão de estilo do parlamentar. Antonio tem uma forma mais sistematizada de atuação, de trabalho, e de fato é mais regimentalista", resume a deputada Priscila Krause (DEM).

Romero Sales Filho (PTB) diz acreditar que a mudança vai trazer uma unidade em cima da fiscalização e do debate financeiro "Ele é um deputado jovem, mas também altamente técnico", afirma. 

Para Alberto Feitosa (PSC), o bloco precisa adotar um discurso mais unificado. "(É preciso) discutir mais a pauta da assembleia, organizar de maneira mais coletiva a participação de oposição, não só com relação aos projetos oriundos do governo, mas também o que for interesse na pauta do governo federal", projeta Feitosa.

O esforço por uma maior unidade já pôde ser observado na reta final do ano. Era comum ver os projetos do executivo serem aprovados não por unanimidade, como de costume, mas com votos contrários dos oposicionista, com orientação de voto dada pelo líder. Nas matérias mais polêmicas, parlamentares até mesmo do governo votaram contra, como foi o caso da readequação do Piso Salarial dos Professores, quando os três petistas foram contrários, devido a uma ligação do PT com a pauta sindical.

"Foi um compromisso desde o momento que eu assumi a liderança de buscar construir consensos em torno das pautas, das votações, para que a oposição sempre pudesse ser o mais coesa possível e a gente tivesse um discurso muito claro para o povo de Pernambuco. Oposição não quer dizer só criticar, a gente tem um papel muito mais importante na minha opinião que é apontar um novo caminho", argumentou Antonio Coelho.

A primeira linha de frente da oposição é buscar garantir o cumprimento dos prazos regimentais, principalmente os de autoria do Executivo, que com frequência são enviados em Regime de Urgência, um status que garante maior celeridade na tramitação.

A cientista política Priscila Lapa considera uma alternativa viável a busca pelo cumprimento do regimento, que pode trazer resultados para a oposição. "Exigir do governo do estado um caminho de correção, de não driblar politicamente certas questões regimentais. A Assembleia tende a fechar os olhos a esses detalhes, porque é nos detalhes que a oposição pode conseguir reverter algumas pautas, algumas questões", explica.

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