Eduardo Bolsonaro é condenado a indenizar jornalista por danos morais
A justiça condenou o deputado a indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello por danos morais por ter afirmando que ela tentou seduzir uma fonte para obter informações prejudiciais a seu pai, o presidente
A justiça condenou nesta quinta-feira (21) o deputado Eduardo Bolsonaro a indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello por danos morais por ter afirmando que ela tentou seduzir uma fonte para obter informações prejudiciais a seu pai, o presidente Jair Bolsonaro.
- 'Tem de ter algum tipo de diálogo', diz Eduardo Bolsonaro sobre cargos ao Centrão
- Eduardo Bolsonaro critica protestos: 'Brasil não tem casos como de George Floyd'
- Eduardo Bolsonaro posta vídeo antigo sobre liberação da cloroquina
- Eduardo Bolsonaro quer punição de deputado que comentou reunião sobre dossiê
- Eduardo Bolsonaro diz que só alguém 'ingênuo' acreditaria que Maia fará sucessor
- PGR apura pagamentos em espécie de Eduardo Bolsonaro na compra de imóveis
A indenização, fixada por um juiz de primeira instância, é de R$ 30 mil. Segundo a sentença, o deputado de 36 anos "ofendeu a honra" da jornalista, "pondo em dúvida a seriedade do seu trabalho e seu empregador", o jornal Folha de S.Paulo.
>> Bolsonaro dispara ofensa de cunho sexual contra repórter ao deixar Alvorada
Eduardo Bolsonaro fez estas declarações em maio de 2020, em uma transmissão no Youtube e acrescentou que Patrícia, uma profissional com vários prêmios por seu trabalho jornalístico, ganhou destaque por publicar notícias falsas. O próprio deputado publicou depois estas declarações em sua conta no Twitter.
O legislador se referiu, em particular, a uma reportagem investigativa do jornal, da qual Patrícia participou, sobre uma organização que divulgou notícias falsas pelo WhatsApp contra o Partido dos Trabalhadores (PT), durante a campanha eleitoral de 2018, que seu pai acabou vencendo.
"É igual à Patrícia Campos Mello. Fez a 'fake news' de 2018 para interferir na eleição presidencial entre o primeiro e segundo turno, e o que ela ganhou de brinde? Foi morar nos Estados Unidos. Correspondente, né? Acho que da Folha de S. Paulo", afirmou.
Em seguida, afirmou que a jornalista tinha tentado seduzir o funcionário de uma empresa de marketing digital para obter informações.
O juiz encarregado do caso considerou que Eduardo Bolsonaro, "ocupando um cargo tão importante no cenário nacional (...) e sendo o filho do presidente da República, por óbvio, deve ter mais cautela nas suas manifestações".
"Um grande dia", escreveu a jornalista ao comentar a sentença, para a qual cabe recurso.
O próprio Jair Bolsonaro também fez acusações similares contra a jornalista em fevereiro de 2020, ao sugerir que ela buscou informações em troca de sexo com um funcionário da empresa.