Lideranças religiosas protocolam novo pedido de impeachment contra Bolsonaro
O pedido é baseado em denúncia de crimes de responsabilidade referentes à área de saúde e das políticas sanitárias durante a pandemia
Representantes católicos e evangélicos levaram até a Câmara nesta terça-feira (26), mais um pedido de impeachment contra o presidente da República Jair Bolsonaro. "Temos a consciência de quem nem todas as pessoas das nossas igrejas são favoráveis a esse ato que estamos fazendo, mas é importante destacar essa pluralidade e as contradições que existem no âmbito do Cristianismo. Nem todo Cristianismo é bolsonarista", afirmou a pastora Romi Márcia Bencke, representante do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil.
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O pedido de impeachment é assinado por religiosos críticos ao governo. Na lista estão padres católicos, anglicanos, luteranos, metodistas e também pastores. Embora sem o apoio formal das igrejas, o grupo tem o respaldo de outras organizações como a Comissão Brasileira Justiça e Paz da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e a Aliança de Batistas do Brasil.
O pedido é baseado em denúncia de crimes de responsabilidade referentes à área de saúde e das políticas sanitárias durante a pandemia.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (RS), o líder da Minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE) e o da Minoria no Congresso, Carlos Zarattini (SP) também participaram do evento. Eles devem apresentar nesta quarta-feira (27), outro pedido de impeachment contra Bolsonaro, assinado em parceria com demais partidos da oposição.
A decisão de dar ou não o pontapé inicial no impeachment cabe ao presidente da Câmara, que também pode engavetar os pedidos - desde o início do mandato de Bolsonaro foram protocoladas 61 ações desse tipo contra ele, das quais 56 estão ativas.
No pedido formalizado nesta terça, os líderes religiosos acusam o presidente de agravar a crise do coronavírus e, consequentemente, o número de mortes. Para eles, Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade e desrespeitou princípios constitucionais e o direito à vida e à saúde. Mais de 200 mil pessoas já morreram em decorrência de covid-19.