Renato Casagrande diz que foi convidado pelo PSB para disputar a presidência
Governador do Espírito Santo afirmou, porém, que este não é o momento de fazer o debate eleitoral e que sua prioridade é cuidar da pandemia no Estado
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, afirmou na noite desta quarta-feira (3), que foi convidado pelo PSB para ser candidato à presidência da República em 2022. No entanto, o socialista considera que este não seja o momento “para fazer este debate”. “A minha prioridade é a gestão do Estado e da pandemia, que atualmente passa pela pior crise desde o início”, publicou Casagrande, em suas redes sociais.
“O projeto partidário é legítimo e cabe à Direção Nacional debater propostas para o país com suas lideranças”, completou.
PSB busca candidato
Desde a trágica morte do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em plena disputa presidencial nas eleições de 2014, o PSB não conseguiu emplacar um nome forte para concorrer ao pleito nacional. Nas eleições de 2018, houve uma tentativa de lançar o ex-ministro no Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que declinou da proposta. No entanto, a legenda iniciou um forte movimento na busca por um candidato “outsider”.
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Recentemente, dois nomes surgiram na mira do PSB para se colocarem como contraponto à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O primeiro foi o apresentador Luciano Huck, que estaria procurando uma legenda para lançar-se candidato. O segundo nome foi da empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, que chegou a conversar com a Direção Nacional, mas utilizou as redes sociais para afirmar que não pretende ingressar na carreira política.
Outsider
Em conversa com o JC, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que a defesa por emplacar um candidato como outsider vem desde 2018, com o convite feito ao ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. “Nada mudou em termos políticos, afinal de contas, o sistema político necrosou e precisa ser profundamente refeito para ganhar legitimidade. A classe política se recusa a entender a falência desse sistema. Nós vamos fazer esse debate, mas com calma”, afirmou Siqueira. “Estamos estudando possibilidades, não estamos definindo nada ainda”, cravou o dirigente, sem confirmar se houve uma abertura nas negociações tanto com Huck quanto com Luiza Trajano.
Ainda segundo a visão de Carlos Siqueira, esse nome vindo “de fora” precisa ter a capacidade de “congregar setores sociais mais que partidários”. “A conjuntura atual não se caracteriza por esquerda e direita, mas por democracia e autoritarismo. A democracia é formada pelo regime de partidos, se não temos partidos fortes e programáticos em um sistema minimamente razoável para que a população possa identificar com clareza, a tendência é caminharmos para o autoritarismo", afirmou Siqueira.