Sem liderar um projeto político para disputar a presidência da República desde a trágica morte em um acidente aéreo do ex-governador Eduardo Campos, em 2014, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) se manteve em busca de quadros competitivos e da formação de alianças que deem sustentação a um palanque robusto. Se, em 2018, o “outsider ideal” era o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, em 2022, o apresentador Luciano Huck pode estar na mira dos socialistas.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), tem sido apontado como o principal interlocutor dessa aproximação. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, Campos e sua namorada, a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), já teriam tido uma conversa com Luciano Huck. A pedetista tem uma relação de proximidade com o apresentador, por já ter integrado o projeto Renova BR (que tem o apoio de Huck).
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A fragmentação do DEM após o processo eleitoral envolvendo a presidência da Mesa Diretora, teria mudado o foco do apresentador em encontrar um partido que tenha estrutura para viabilizar seu projeto político. Para o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), há uma aceleração para o processo de 2022, o que contribui para as especulações. No entanto, ele avalia que Huck começa a se colocar agora de acordo com os movimentos que os partidos também já iniciaram após a eleição da Mesa Diretora.
O socialista cita o PT, com o convite do ex-presidente Lula ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para ser o candidato a presidente do partido. Também há o PSDB, com o governador de São Paulo, João Dória; e o PCdoB, com o governador do Maranhão, Flávio Dino, colocados como postulantes. “Ele está vendo esse cenário todo, procurando um partido de porte médio ou grande para se posicionar e que lhe dê o mínimo de condição. Não sei se está tendo essa conversa com a direção partidária, mas é de se reconhecer que esses movimentos cada vez mais vão se aprofundar”, comentou Delgado, em entrevista ao JC.
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Sobre João Campos ser a figura entusiasta entre os socialistas para trazer Huck à sigla, o parlamentar disse apenas que o prefeito tem musculatura dentro do PSB para ser uma liderança ativa não só no Recife, mas a nível nacional. “Todo mundo sabe da relação deles, que Tabata tem uma relação mais aprofundada com Huck.”, afirmou Delgado.
Na atual conjuntura, o PSB tem atuado para estabelecer uma nova via do campo progressista que se coloque como contraponto ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Neste bloco, além dos socialistas, há também PCdoB, PV, Rede Sustentabilidade e o PDT, que tem o nome do presidenciável Ciro Gomes colocado à mesa.
“Ter uma candidatura própria à presidência da República faz parte da estratégia do PSB há algumas eleições. Em 2014, lançamos Eduardo Campos, que não se materializou devido ao acidente. Em 2018, articulamos o nome de Joaquim Barboza, que desistiu da pré-campanha. Então, lançar candidato no próximo ano é um processo natural”, afirmou o líder do PSB na Câmara dos Deputados, Danilo Cabral.
“Time que não joga, não tem torcida. Entretanto, é necessário que o nome, qualquer que seja, represente o pensamento do partido sobre os desafios e propostas para o Brasil”, completou Cabral, sem confirmar se a aproximação com Huck seria o campo mais viável.
O deputado federal Felipe Carreras (PSB) concorda que o partido tem que estar disposto ao diálogo nesse momento. "Acho que o partido tem que estar conversando, se tiver alguma liderança política nacional que tenha compromisso com as bandeiras programáticas do nosso partido, e o partido achar interessante ter como opção, temos que estar abertos para isso. Nessa etapa, isso é importante", afirmou. No entanto, para o socialista trazer a pauta das eleições nesse momento é ruim. "A agenda prioritária é salvar vidas, é ter a vacinação de toda a população. Essa é a prioridade.", completou.
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