Bolsonaro admite que pode tomar vacina contra a covid-19
Ao contrário do discurso que vinha adotando contra a obrigatoriedade da aplicação da vacina contra a covid-19 e desestimulando a população a se vacinar, Bolsonaro agora diz que pode tomar a vacina
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu a possibilidade de tomar a vacina contra a covid-19, diferente do discurso que vinha adotando contra a obrigatoriedade da aplicação do imunizante. A fala ocorreu na noite da sexta-feira (5) durante conversa com apoiadores em Brasília.
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"Eu já tive o vírus vivo, então estou imunizado. Deixa outro tomar a vacina no meu lugar. Lá na frente, lá na frente, depois que todo mundo tomar... Se eu resolver tomar, porque no que depender de mim é voluntário, eu tomarei", afirmou o presidente em um vídeo publicado em um canal bolsonarista no YouTube.
Bolsonaro foi diagnosticado com a covid-19 em julho de 2020, e antes mesmo de ter o resultado positivo para a doença, ele já fazia o uso de hidroxicloroquina, medicamento cuja eficácia contra a covid-19 não foi comprovada. Em dezembro do ano passado, ele chegou a dizer que não tomaria a vacina.
"Já tenho anticorpos. Pra que tomar a vacina de novo?", disse durante um evento em Porto Seguro (BA) no mesmo mês. Mas ainda não está estabelecido pela ciência o período pelo qual as pessoas que tiveram a covid-19 ficam imunes a uma nova infecção.
Naquela ocasião, ele questionou a eficácia da vacina da Pfizer e insinuou que ela daria efeitos colaterais como "virar jacaré e Super-Homem" e "nascer barba em mulher ou algum homem começar a falar fino".
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Vacina no Brasil
O número de pessoas vacinadas contra a covid-19 no Brasil chegou a 7.941.173 nesta sexta-feira, 5, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O crescimento em relação ao dado desta quinta-feira, 4, foi de 269.648 novos imunizados. O total da população brasileira imunizada é de 3,75%.
Entre os 7,9 milhões de imunizados, 2.611.071 pessoas receberam a segunda dose, o que representa 1,23% do total da população brasileira; 147.177 segundas doses foram aplicadas entre esta quinta e esta sexta-feira.
Em números absolutos, o maior número de vacinados está em São Paulo (2,35 milhões), seguido por Minas (633 mil) e Rio (590 mil). Proporcionalmente, o Estado com a população mais vacinada é o Amazonas, onde 6,62% das pessoas receberam ao menos uma dose do imunizante. A menor proporção é a do Pará, com 1,87%.