EXAME/IDEIA

Metade quer governadores na CPI

Senado está investigando possíveis falhas e omissões do governo federal na condução de ações para combate ao coronavírus e o uso de recursos federais por Estados e municípios na pandemia

Renata Monteiro
Renata Monteiro
Publicado em 07/05/2021 às 17:51
DIVULGAÇÃO/GOVERNO DE SP
PAULISTA Quase 30% dos brasileiros querem ouvir João Doria na CPI - FOTO: DIVULGAÇÃO/GOVERNO DE SP
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Dados da pesquisa Ecame/Ideia divulgados ontem indicam que 59% dos brasileiros aprovam a comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a gestão dos governos durante a pandemia de covid-19 no Brasil e que 49% da população deseja que os governadores do País sejam ouvidos pelos senadores que fazem parte do colegiado. Na última terça-feira (4), o Senado começou a ouvir os depoimentos de ex-ministros da Saúde e do atual titular da pasta, Marcelo Queiroga.

O levantamento ouviu 1.230 pessoas entre os dias 4 e 5 de maio. Questionados se tinham conhecimento da existência da CPI, 67% dos entrevistados afirmaram sim, enquanto 33% disseram não ter ciência da investigação. Para 45% dos entrevistados, um dos resultados da CPI será a mudança, por parte da União, da abordagem em relação à pandemia, e quase um terço (30%) dos participantes disse que a comissão não vai mudar o modo de agir do governo federal.

"Vale notar que a CPI é desconhecida por um terço dos brasileiros. Isso dá uma demonstração de que grande parte do País ainda não está acompanhando de maneira mais profunda ou em tempo real os andamentos da CPI. O que chama a atenção não é o grau de aprovação da sociedade em relação à instalação da CPI, o mais interessante é que os números chegam a 72% para quem tem ensino superior e quase 66% para quem é da classe A e B", diz Maurício Moura, fundador do Ideia.

Moura ressalta, ainda, que os números da pesquisa deixam claro que uma das variáveis que influencia diretamente na popularidade do presidente seria o ritmo de vacinação no País. "Existe uma expectativa muito grande em relação à vacinação e 45% dos entrevistados acreditam que a CPI vai mudar a abordagem do governo federal em relação à pandemia. Quando a gente pergunta o que as pessoas gostariam que mais sofresse uma alteração em termos de abordagem é obviamente o ritmo de vacinação. Mais uma vez é um dado que corrobora o fato de que uma das variáveis críticas para a popularidade presidencial é o ritmo de vacinação", completa.

Os participantes do levantamento também foram questionados a respeito dos nomes que gostariam que fossem ouvidos na CPI. Na visão de 51% dos entrevistados, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta seria o principal personagem a ser ouvido, e logo depois, com 49% das menções, viriam os governadores.

Quando provocados sobre os nomes dos gestores estaduais que deveriam ser ouvidos pela CPI, os pesquisados citaram os governadores de São Paulo, João Doria (29%); do Amazonas, Wilson Lima (18%); da Bahia, Rui Costa (7%); do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (6%); do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (4%); e do Ceará, Camilo Santana (4%).

A população também demonstrou interesse em saber o que o ex-ministro Eduardo Pazuello (43%), que cancelou seu depoimento na comissão na última quarta-feira (5), tem a dizer. O militar alegou ter mantido contato com pessoas diagnosticadas com covid-19 e deve ser ouvido no dia 19 de maio.

JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
Mais confusão do que fatos e provas - FOTO:JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

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