Após aproximação, bolsonaristas resgatam ataques de FHC contra Lula; confira
Lula e Fernando Henrique Cardoso estiveram juntos em um almoço na casa do ex-ministro Nelson Jobim. Na ocasião, o líder do PSDB disse que votaria em Lula, no segundo turno, em 2022
O encontro dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), nessa quinta-feira (20), em um almoço na casa do ex-ministro Nelson Jobim, tem sido alvo de diversas críticas nas redes sociais, principalmente por parte dos bolsonaristas. Membros do governo Jair Bolsonaro (sem partido) e internautas resgataram vídeos e reportagens com as duras falas ditas pelo líder tucano sobre o governo de Lula e o Partido dos Trabalhadores.
“A primeira coisa para reerguer o Brasil, é passar a limpo os erros que nos trouxeram até aqui. A raiz da crise atual foi plantada bem antes da eleição do atual presidente. Os enganos e desvios começaram desde o governo Lula”, afirmou Fernando Henrique Cardoso, em um vídeo compartilhado pelo ministro da Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Faria.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), também postou o mesmo vídeo, veiculado em 2015, no qual o ex-presidente da República afirma ainda que, “Nunca antes nesse país se errou tanto, nem se roubou tanto em nome de uma causa”. “O país quebrou! O país foi quebrado pelo PT”, declarou FHC.
Em outra publicação, Fernando Henrique é questionado se teria esquecido dos posicionamentos e críticas contra o PT ou se no passado, ele era apenas mais um aliado da esquerda no país. Já outro internauta afirma que a polarização entre PT e o PSDB teria sido uma farsa.
- Lula, FHC, Ciro e outros políticos condenam ataque de Bolsonaro à Dilma
- É preciso reabrir a economia para gerar trabalho e renda a brasileiros, diz FHC
- FHC, Bruno Araújo, Raquel Lyra: líderes tucanos lamentam morte do prefeito Bruno Covas
- Aproximação de FHC e Lula causa mal estar no PSDB
- As várias faces da foto de FHC com Lula
SIMBOLISMO
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, divulgada no dia 14 de maio, Fernando Henrique disse que votaria em Lula na eleição de 2022, caso não haja um candidato de centro no segundo turno. “Vão inventar que Lula é isso ou aquilo. Já votei no Lula. Difícil que Lula seja representante da terceira via, embora ele, na alma, seja isso. Ele simboliza e tem eco“, afirmou.
O líder tucano não poupou críticas ao governo Jair Bolsonaro, afirmando que o chefe do Executivo represente um futuro que não tem seu "entusiasmo". As declarações fizeram com que Bolsonaro atacasse o tucano. “Esse FHC que está dizendo agora que vai votar no Lula, cara de pau”, disse Bolsonaro em sua live semanal.
Apesar de o resgate das críticas já proferidas pelos ex-presidentes, em outras ocasiões em que estiveram de lados opostos, muitos internautas também consideraram o encontro uma representação de democracia e civilidade a disputa política.
ADVERSÁRIOS
Adversários políticos, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) nunca pouparam críticas um ao outro, apesar de se mostrarem unidos para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022. “Sempre tivemos uma disputa civilizada. Ele me conhece bem, conhece o Bolsonaro. Fico feliz que ele tenha votado em mim e eu faria o mesmo se fosse o contrário”, afirmou o líder petista, em seu perfil no Twitter.
Um dos vídeos resgato por vários perfis bolsonaristas, mostrando as críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi veiculado em 2015, e o ex-presidente Lula rebateu as falas do seu antecessor, na época. Ele disse que FHC “não tinha o direito de falar bobagens” na televisão. “Só há um jeito das pessoas não serem incomodadas neste país, é serem honestas, é fazerem a coisa certa. Não tem tapete para esconder a sujeira. No tempo deles, só tinha tapete”, afirmou Lula, segundo publicação da Folha de S. Paulo.
O líder petista também mencionou o escândalo sobre deputados federais que admitiram ter recebido dinheiro para votar a favor da emenda 16, que instituiu a reeleição à presidência da República, em 1997."Não teve no nosso mandato 'engavetador' no Ministério Público e não teve afastamento de delegado da Polícia Federal por investigar", declarou Lula.