‘É hora de reagir, antes que seja tarde’, diz ex-ministro da Defesa após Exército não punir Pazuello
Para ex-ministro da Defesa Raul Jungmann, a decisão do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira desonra os últimos comandantes das Forças Armadas
O ex-ministro da Defesa Raul Jungmann criticou, nesta quinta-feira (3), a decisão do Exército em não punir o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por participar de evento político com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo Jungmann, o comandante cedeu à pressão do chefe do Executivo Nacional.
- CPI da Covid: Aziz diz que vai convocar Pazuello e, sem habeas corpus, ''será diferente''
- Um dos fatores mais importantes de qualquer CPI é o holofote, e nesse quesito os depoimentos de Pazuello ganharam "medalha" de ouro
- Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, é nomeado para novo cargo no governo Bolsonaro
- O caso da violência da PM em Pernambuco e o exemplo a se seguir com Pazuello
- Exército decide não punir Eduardo Pazuello por participar de ato com Bolsonaro
- Após decisão, deputados criticam Exército por deixar Pazuello 'impune'
- Sem citar Pazuello, Bolsonaro fala sobre punições nas Forças Armadas
"A capitulação de hoje não honra os ex-comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e do ex-ministro da Defesa, que não se desdobraram ao presidente e caíram por respeito à Constituição e à democracia, com quem as Forças Armadas permanecem", disse. Para o ministro, "é hora de reagir e de unidade. Antes que seja tarde".
Em nota, o Exército informou que "o comandante analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general. Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado".
Generais da ativa consultados pela reportagem afirmaram que o Alto Comando tem ciência de que a decisão não foi bem recebida e que gerou desgaste à instituição e desconforto a eles mesmos. Ponderaram, no entanto, que qualquer decisão geraria problemas e que uma eventual a punição a Pazuello representaria por tabela uma reprimenda ao presidente, por causa da presença de Bolsonaro no mesmo palanque.