POSICIONAMENTO

‘É hora de reagir, antes que seja tarde’, diz ex-ministro da Defesa após Exército não punir Pazuello

Para ex-ministro da Defesa Raul Jungmann, a decisão do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira desonra os últimos comandantes das Forças Armadas

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Estadão Conteúdo, Rute Arruda

Publicado em 03/06/2021 às 21:59 | Atualizado em 03/06/2021 às 22:54
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O ex-ministro da Defesa Raul Jungmann criticou, nesta quinta-feira (3), a decisão do Exército em não punir o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por participar de evento político com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo Jungmann, o comandante cedeu à pressão do chefe do Executivo Nacional.

"A capitulação de hoje não honra os ex-comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e do ex-ministro da Defesa, que não se desdobraram ao presidente e caíram por respeito à Constituição e à democracia, com quem as Forças Armadas permanecem", disse. Para o ministro, "é hora de reagir e de unidade. Antes que seja tarde". 

Em nota, o Exército informou que "o comandante analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general. Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado".

Generais da ativa consultados pela reportagem afirmaram que o Alto Comando tem ciência de que a decisão não foi bem recebida e que gerou desgaste à instituição e desconforto a eles mesmos. Ponderaram, no entanto, que qualquer decisão geraria problemas e que uma eventual a punição a Pazuello representaria por tabela uma reprimenda ao presidente, por causa da presença de Bolsonaro no mesmo palanque.

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