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PSL flerta nacionalmente com o MDB. Em Pernambuco, partido não garante apoio ao PSB em 2022

Enquanto o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, faz elogios públicos a Michel Temer, em Pernambuco, apesar dos afagos de Paulo Câmara (PSB), não há garantia de regresso do partido à Frente Popular

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Renata Monteiro

Publicado em 21/06/2021 às 15:52 | Atualizado em 21/06/2021 às 15:52
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Em entrevista à Rádio Bandeirantes , o deputado federal e presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, disse que vê com bons olhos uma aliança entre o seu partido e o MDB visando as eleições presidenciais de 2022. Nas últimas semanas, caciques das duas siglas têm se encontrado para discutir o pleito e, segundo Bivar, o nome do ex-presidente Michel Temer (MDB) tem sido cada vez mais lembrado para representar as legendas na disputa.

"A candidatura de Temer é bem recebida. Precisamos de pessoas serenas e com popularidade. Além disso, o que pretendemos, é apresentar um programa de país para ter um governo visando o desenvolvimento para realizar as reformas que foram prometidas em 2018, mas não foram cumpridas", declarou Bivar.

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O aceno de Bivar a Temer é sintomático porque ocorre no momento em que o presidente Jair Bolsonaro, atualmente sem partido e pré-candidato à reeleição, faz os últimos ajustes para divulgar a sua nova filiação partidária. Comenta-se que o militar da reserva estaria de malas prontas para ingressar no Patriota, mas existiria uma possibilidade, ainda que remota, do presidente da República retornar à agremiação que o elegeu em 2018.

Em sua entrevista, Bivar afirmou que os debates sobre 2022 ainda estão em curso na legenda, mas garantiu que o PSL terá um papel importante no pleito. "O PSL não vai ser coadjuvante. Vamos participar da concorrência na eleição. Agora, nossa conversa com o MDB foi muito boa junto com Temer, Baleia Rossi e nosso vice-presidente Antônio Rueda. Nossos pontos convergentes são praticamente unânimes. Esses dois partidos juntos poderão dar, a quem quer que seja o presidente, um suporte grande de capilaridade e logística. Estamos esperançosos para a próxima eleição", observou.

Pernambuco

Em Pernambuco, atualmente o PSL está na oposição, mas o governador Paulo Câmara (PSB) tem feito gestos no sentido de se reaproximar do partido de Bivar. Agora no mês de junho, por exemplo, o socialista empossou o engenheiro civil José Lindoso de Albuquerque Filho como presidente do Porto do Recife, uma indicação direta de Bivar.

Na manhã desta segunda-feira (21), em entrevista à Rádio Clube, contudo, o presidente do PSL-PE, Frederico França, disse que a indicação não dá garantias de que o partido retornará para a Frente Popular em 2022. "Como o próprio Luciano Bivar já disse em outras ocasiões, a indicação foi meramente técnica. O governador estava precisando colocar uma pessoa técnica no Porto do Recife e pediu uma indicação a Luciano Bivar independente de apoio político. E assim foi feito. Não há nenhum acordo político fechado com o PSB nem nacionalmente nem localmente. O que há é um trabalho para convergência de ideias e objetivos, de projeto de país, com o MDB nacional, mas isso também está em construção. Até agora, o PSL não tem uma definição política sobre Pernambuco até o momento", explicou França.

Em 2018, o PSL elegeu 52 deputados federais, três governadores e quatro senadores, números que o tornaram um dos partidos que detém as maiores fatias do fundo partidário e do tempo de TV no horário eleitoral. Por conta disso, desde 2020 a sigla é uma das mais cortejadas para alianças em Pernambuco, mas no último pleito do Recife preferiu lançar uma candidatura própria à prefeitura, deixando base e oposição ao PSB a ver navios.

Caso a parceria nacional com o MDB de fato vingue e o PSL decida não reembarcar na Frente Popular, talvez isso possa vir a beneficiar o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), que tem tentado viabilizar no MDB a sua candidatura ao Governo de Pernambuco.

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