suspeitas
PGR pede ao STF que aguarde fim da CPI para investigar se Bolsonaro prevaricou
O pedido para denunciar Bolsonaro partiu dos senadores Randolfe Rodrigues, Fabiano Contarato e Jorge Kajuru
A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (29), que segure o andamento da notícia-crime que pede a investigação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por possível crime de prevaricação nas negociações para compra da vacina indiana Covaxin.
- Com Humberto e Jarbas, Senado tem assinaturas necessárias para prorrogar CPI da Covid novembro
- Relator da CPI da Covid aponta prevaricação de Bolsonaro; governista defende o presidente
- Randolfe Rodrigues apresenta pedido de prorrogação da CPI da Covid
- Pacheco diz que pedido para prorrogar CPI só será analisado ao fim de 90 dias
Em manifestação enviada ao gabinete da ministra Rosa Weber, relatora do caso, o vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros defendeu que o Ministério Público Federal aguarde o fim da CPI da Covid antes de pensar em abrir uma investigação concorrente.
"Em respeito ao sistema de independência e harmonia dos Poderes constituídos e consciente da impossibilidade do salto direto da notícia-crime para a ação penal, com supressão da fase apuratória, o Ministério Público Federal requer que não se dê trânsito à petição precoce, sem prejuízo de o Ministério Público Federal praticar os atos de sua atribuição após o encaminhamento do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito", diz um trecho do documento.
- Senadores protocolam notícia-crime contra Bolsonaro no STF por suposta prevaricação no caso Covaxin
- Senadores apresentam notícia-crime contra Jair Bolsonaro no STF por suposta prevaricação no caso da Covaxin
- Rosa Weber vai relatar notícia-crime sobre compra da Covaxin
- STF: Rosa Weber encaminha à PGR notícia-crime contra Bolsonaro por suposta prevaricação
- Decisão sobre Covaxin ocorre um dia após Bolsonaro ser alvo de notícia-crime
O pedido para denunciar Bolsonaro partiu dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO). Os parlamentares levaram o caso ao STF depois que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão do parlamentar, Luis Ricardo Miranda, que é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, disseram em depoimento à comissão parlamentar que o presidente ignorou alertas a respeito de suspeitas de irregularidades para aquisição do imunizante. Pressionado, Bolsonaro disse que desconhecia os detalhes sobre o contrato de compra da Covaxin e negou irregularidades no negócio.
O vice-procurador considerou que os senadores 'furaram' a CPI ao acionarem o Supremo Tribunal Federal antes da conclusão da investigação parlamentar. Na avaliação de Jacques de Medeiros, a análise do caso deve aguardar o relatório final da comissão.
"Se o Poder Legislativo está a investigar com excelência comportamentos aparentemente ilícitos com todas as competências necessárias, qual seria o motivo para que no Supremo Tribunal Federal se abra uma investigação concorrente, tomada por freios e contrapesos institucionais e sem igual agilidade? Indo mais longe, qual o ganho para a engrenagem interinstitucional se ao final das investigações paralelas, chegar-se à divergência entre as conclusões da polícia judiciária e a Comissão Parlamentar de Inquérito?", questionou na manifestação enviada ao STF.